A defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff quer que o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), colha o depoimento do advogado José Yunes e do ministro-chefe Casa Civil, Eliseu Padilha.
Na segunda-feira, o advogado de Dilma, Flavio Caetano, ingressou com uma petição para que os dois sejam ouvidos pelo ministro do TSE, que é relator da ação que investiga suposto abuso de poder político e econômico da chapa Dilma-Temer na campanha de 2014 à Presidência.
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No mês passado, Yunes prestou depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) e disse ter servido como "mula" de Padilha para o repasse de dinheiro vivo, cuja destinação seria o caixa 2 de campanhas do PMDB. O advogado, que até dezembro integrava o governo de Michel Temer, confirmou à imprensa o teor das declarações.
Inicialmente focado em irregularidades na contratação de gráficas, Benjamim, desde o início deste mês, resolveu investigar também os indícios revelados pela Operação Lava-Jato de que a empreiteira Odebrecht fez doações ilegais à chapa. Ele já ouviu o ex-presidente-executivo da empresa Marcelo Odebrecht, além de outros seis ex-funcionários.
De acordo com informações vazadas pela imprensa, Marcelo Odebrecht admitiu a Benjamim ter feito repasses milionários e não declarados a diversos partidos.
Na petição protocolada na noite de segunda-feira, a defesa de Dilma pede ainda que Benjamin ouça presidentes dos nove partidos que compunham a coligação da chapa Dilma-Temer. Caetano pediu também para ter acesso ao teor dos depoimentos dados pelos executivos da Odebrecht após acordos de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato, que são mantidos sob sigilo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
*Agência Brasil