Preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, o ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) vai depor por videoconferência, nessa terça-feira, na Justiça estadual. A audiência faz parte de uma ação popular que apura se houve excessos no uso de helicópteros durante o mandato do peemedebista no governo estadual. A esposa do ex-governador, Adriana Ancelmo, será uma das testemunhas. Ela também está presa e será ouvida por vídeo. Outras testemunhas serão ouvidas pessoalmente.
Por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, Cabral e a esposa estão presos preventivamente, por força de mandados expedidos nas operações Calicute, Eficiência e Lava-Jato. Os mandados foram expedidos pelos juízes Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no Rio, e Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba.
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"Considerando a repercussão do caso, bem como o fato de que o réu e a informante encontram-se presos, a audiência deverá ser realizada por videoconferência", justificou a juíza Luciana Losada Albuquerque Lopes, da 8º Vara de Fazenda Pública.
A ação de número 0256088-18.2013.19.0001 tem como autor o procurador aposentado Cosmo Ferreira. Ela pede o ressarcimento aos cofres públicos dos valores gastos em viagens de helicóptero feitas em caráter pessoal por Cabral quando ainda era governador.
Sem concorrente
Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo em 2013 revelou que apenas uma empresa, a offshore Synergy Aerospace Inc, sediada no Panamá e com capital social de US$ 10 mil, foi considerada habilitada na licitação que terminou com a venda ao Estado do Rio do helicóptero Agusta AW109 Grand New, avaliado em quase US$ 10 milhões (cerca de R$ 30 milhões, pelo câmbio atual), usado por Cabral em seus deslocamentos.
O então governador usava o aparelho sob alegação de medida de segurança. O processo de licitação para compra da aeronave foi obtido pela reportagem do jornal por meio da Lei de Acesso à Informação.
*Estadão Conteúdo