A Polícia Federal suspeita que o empresário Eike Batista, alvo da Operação Eficiência, pode ter saído do Brasil usando um passaporte alemão. A informação foi dada pelo delegado Tacio Muzzi, da Polícia Federal.
Alvo de mandado de prisão preventiva por suspeita de envolvimento com organização criminosa liderada pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o empresário está foragido. A PF foi à residência de Eike, no Rio, às 6h desta quinta-feira, mas ele não foi localizado. A defesa de Eike informou que ele está em Nova York, onde participa de reuniões de negócio.
– Estamos em contato com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, e a intenção dele é cooperar com esses órgãos, como sempre cooperou, e retornar o mais rápido possível – disse o advogado.
Leia mais
Os momentos que tornaram Eike um bilionário pop
Da 7ª maior fortuna à "classe média": quem é Eike Batista
O empresário pode ter viajado na noite de 24 de janeiro. A PF ainda não trabalha com a hipótese de vazamento da operação.
O delegado Tacio Muzzi informou que o nome de Eike poderá ser incluído na difusão vermelha da Interpol – índex dos mais procurados em todo o mundo. Muzzi disse ainda que "não se pode afirmar categoricamente que Eike teve intenção de fugir do país".
Na Operação Eficiência, a Polícia Federal no Rio de Janeiro prendeu Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão e Flávio Godinho. Os quatro faziam parte da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado Sérgio Cabral, que já está preso, conforme a Operação Eficiência, feita pela força-tarefa da Operação Lava-Jato. A operação apura um esquema usado para ocultar mais de R$ 340 milhões enviados ao Exterior.
Eike Batista e o executivo Flávio Godinho, do grupo EBX, são acusados de pagar de US$ 16,5 milhões ao ex-governador, em troca de benefícios em obras, usando uma conta fora do país. Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem obstruído investigações. A operação da PF foi feita com base em depoimentos dos delatores Renato Hasson Chebar, que atuava no mercado financeiro, e de seu irmão, Marcelo Hasson Chebar, em troca de benefícios penais. Eles estão envolvidos na remessa de US$ 100 milhões do ex-governador para fora do país. Há suspeita de que eles tenham utilizado mais de cinco contas para dividir o dinheiro.