O PSOL protocolou, nesta segunda-feira, um pedido de impeachment do presidente Michel Temer com base nas denúncias feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. Para o líder do partido na Câmara, Ivan Valente (SP), Temer cometeu "crime de responsabilidade" ao se envolver numa questão particular do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
O deputado também afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deveria analisar com cuidado o caso antes de decidir se vai aceitar ou não a denúncia.
– Espero que a Câmara abra o processo de impeachment. O presidente da Câmara tem que levar esse caso a sério. A possibilidade de a insatisfação popular crescer é grande – afirmou.
Leia mais
Temer tem agenda livre até as 19h e deve estudar substituto para Geddel
Em entrevista, Calero confirma gravações telefônicas e reafirma denúncia à Polícia Federal
Temer admite que seria "ingênuo" negar preocupação com delação da Odebrecht
Segundo Ivan Valente, Temer não apenas foi "condescendente" com Geddel, como agiu em favor do aliado para que fosse resolvido o impasse da liberação do empreendimento imobiliário em Salvador (BA), onde Geddel comprou um apartamento. O deputado afirmou ainda que o presidente "se atolou" quando disse que atuou para resolver um eventual "conflito" entre órgãos do governo.
– O problema particular de Geddel se tornou um problema da cúpula do governo – disse.
Na visão do deputado, Temer "de certa forma" ameaçou o ex-ministro da Cultura, quando o "enquadrou" a encontrar uma solução para a questão, remetendo o caso à Advocacia Geral da União (AGU). A peça protocolada pelo PSOL na Mesa da Câmara nesta segunda-feira tem 23 páginas. Cabe a Maia, aliado de Temer, decidir se deflagra ou não o processo de impeachment.
*Estadão Conteúdo