Depois de quatro horas de protesto, servidores que se mantinham, nesta quarta-feira, em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) conseguiram retirar uma parte da barreira metálica colocada pela polícia para conter o ato e passaram ocupar a escadaria do prédio.
A polícia reagiu lançando spray de pimenta nos manifestantes para dispersá-los. Eles deixaram a escada que, por volta das 13h30min, estava tomada por policiais militares. Alguns manifestantes permaneciam tentando furar o bloqueio da PM. Os servidores que estavam em cima do carro do som discursando pediam calma a ambos os lados.
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O protesto começou pouco antes das 10h e foi mobilizado por conta do início das discussões do pacote de medidas anticrise enviado pelo governando Luiz Fernando Pezão (PMDB) à casa.
O policiamento já havia previsto ações mais ousadas pelos manifestantes. São dezenas de PM e barreiras que isolam a Alerj em sua porta principal, fundos e laterais.
Pezão diz que violência não mudará debate sobre pacote de gastos do governo
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse, nesta quarta-feira, que a violência não trará benefício ao debate sobre a crise financeira do Estado e pediu que manifestantes levem ideias e não violência à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde estão sendo discutidas medidas propostas pelo governo do estado para enfrentar a crise.
– Que essas pessoas que estão indo lá com violência, que levem ideias para dentro do parlamento, para a gente resolver a crise, que não é no Rio de janeiro, é a crise no Brasil – disse o governador.
Entre as propostas do pacote fiscal do governo do Rio estão o corte de programas como o aluguel social e os restaurantes populares, além do aumento de contribuições previdenciárias, inclusive para aposentados.
Pezão defendeu as medidas e disse que elas buscam dar previsibilidade à folha de pagamento do estado, que, segundo ele, ainda não está garantida para os próximos dois anos. Pezão disse que só há dinheiro para pagar dez meses de salários dos servidores ativos e inativos nos próximos dois anos.
Caco Barcellos é agredido
O repórter da Globo Caco Barcellos foi agredido por manifestantes, por volta das 17h, em frente à Alerj. Segundo o jornal O Globo, o jornalista começou a ser hostilizado quando estava próximo das grades instaladas ao redor do prédio e se afastou do local. Um grupo o perseguiu e jogou uma garrafa d'água e um cone de controle no jornalista, que também foi agredido com chutes. Com a ajuda de dois policiais, Caco Barcellos correu até a entrada dos fundos do Fórum, onde conseguiu se abrigar.
*Agência Brasil e Estadão Conteúdo