Acusado de pressionar o ministro da Cultura, Geddel Vieira Lima (PMDB) enviou uma carta de demissão ao presidente Michel Temer na manhã desta sexta-feira. Com isso, o então titular da Secretaria de Governo se tornou o sexto ministro a deixar o governo Temer no período de seis meses.
Veja abaixo a lista:
– Romero Jucá (Planejamento), em 23 de maio
Uma semana e meia após ser nomeado ministro do Planejamento, Jucá (PMDB) anunciou sua saída do cargo. A saída ocorreu no mesmo dia em que vazou uma conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Na gravação, Jucá sugere a Machado que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" representada pela Lava-Jato, que investiga ambos. Em nota, o então presidente interino Michel Temer afirmou que ex-ministro continuaria colaborando com o governo.
– Fabiano Silveira (Transparência), em 30 de maio
O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, também deixou o cargo por causa das gravações de Sérgio Machado. A decisão foi tomada um dia depois da divulgação de uma conversa sua com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na qual ele criticou a condução da Lava-Jato pela Procuradoria Geral da República (PGR).
– Henrique Eduardo Alves (Turismo), em 16 de junho
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi o terceiro ministro a cair devido à delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em depoimento à PF, Machado afirmou que repassou a Henrique Alves R$ 1,55 milhão em propina, entre 2008 e 2014. Quando pediu demissão, Alves já era alvo de pedido de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão da Lava-Jato.
– Fábio Medina Osório (AGU), em 9 de setembro
Demitido da Advocacia-Geral da União (AGU) pelo presidente Michel Temer, o advogado gaúcho Fábio Medina Osório caiu atirando. Ele relacionou sua exoneração a uma suposta tentativa do Palácio do Planalto de conter novas punições a políticos e empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato. "A demissão se deu porque eu pretendia entrar com ações contra investigados na Lava-Jato. O governo discordou, achava que poderia causar instabilidade política desnecessária", disse ele após a exoneração.
– Marcelo Calero (Cultura), em 18 de novembro
O então ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo na sexta-feira passada alegando "motivos pessoais". Posteriormente, acusou Geddel de tê-lo pressionado a conceder a licença de construção de um prédio de luxo localizado em um bairro nobre de Salvador, que havia sido barrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
– bit (Secretaria de Governo), em 25 de novembro
Para tentar estancar a crise provocada após as acusações de tráfico de influência e advocacia administrativa pelo ex-ministro da Cultura, uma semana depois da demissão de Calero, o ministro Geddel Vieira Lima pediu demissão da Secretaria de Governo. Geddel cedeu às pressões de dentro do próprio Palácio do Planalto e entregou a carga de demissão na manhã desta sexta-feira.