Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da Globonews, o presidente Michel Temer falou sobre as polêmicas que cercam as principais reformas propostas pela sua gestão para enfrentar a crise econômica que atinge o país. No início da conversa, ao ser questionado sobre sua relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Temer disse que não procurou o petista para conversar, mas que está aberto para isso, pois se ele "pudesse definir seu governo em uma palavra seria o diálogo".
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Um dos principais assuntos tratados na entrevista foi a PEC 241, cuja determinação é de que, pelos próximos 20 anos, as despesas públicas - incluindo saúde e educação - serão reajustadas somente pela inflação oficial dos 12 meses anteriores.
Temer afirmou que o "teto de gastos é global e que atinge todas as áreas", não apenas saúde e educação. Segundo o presidente, o projeto não vai ser "engessado", porque nada impede que ele seja revisto pelas gestões futuras diante de uma melhora na arrecadação.
– Fixamos 20 anos, que é um longo prazo. Mas pergunto: não se pode daqui quatro, cinco, seis anos? De repente o Brasil cresce, aumenta a arrecadação e pode se modificar isso? Pode. Propõe nova emenda constitucional que reduz o prazo de 10 anos para quatro, cinco – disse.
O presidente ainda afirmou que está confiante para a aprovação da PEC no Congresso. Ainda disse que, pretende gerar empregos que a validação do programa é necessária para enfrentar a crise fiscal pela qual passa o país.
– Se não fizermos sacrifícios, não vamos tirar o pais da crise – afirmou.
Temer, mais uma vez, voltou a afirmar que não vai alterar os projetos sociais existente no país. Conforme explicou na entrevista à Globonews, o Bolsa Família é importante para combater a pobreza e inclusive teve aumento no início de sua gestão.
Colocar o Brasil nos trilhos
O peemedebista rebateu questionamento sobre a sua aposentadoria e a de outros membros de seu alto escalão terem sido precoces. Temer afirmou que ter se aposentado cedo mostra que é a prova que, "naquela época", não se pensava muito na questão previdenciária, pois mesmo cerca de 20 anos após deixar de trabalhar, segue atuando sem problemas.
– Antes de encaminhar a reforma da previdência, precisamos asfaltar o terreno. Vamos conversar com as centrais sindicais e setores da sociedade para ajustar uma fórmula que permita igualdade entre os diversos regimes. Queremos igualar o setor público e privado – explicou.
Quanto à reforma trabalhista, Temer disse que não abandonou o projeto, mas que precisa analisar diversas questões que fazem parte dessa mudança. Por fim, o presidente falou que não se preocupa com popularidade e que não pretende tentar reeleição em 2018.
– Não sou candidato. Meu objetivo é colocar o país nos trilhos. Se conseguir isso, me dou por satisfeito. Não me importo com popularidade, se no final do governo for aplaudido por milhões de brasileiros que saíram do desemprego, me dou por satisfeito – finalizou.