A força-tarefa da Operação Lava-Jato deflagrou sua 35ª fase, batizada de Omertá, nesta segunda-feira, e prendeu o ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci. O nome Omertà é uma referência à origem italiana do codinome que a Odebrecht usava para se referir ao principal investigado da fase.
Omertà é um termo do idioma que está ligado a um código de honra de organizações mafiosas do sul da Itália. Por isso, segundo a Polícia Federal, o nome foi escolhido para se referir "ao voto de silêncio que imperava no Grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do 'setor de operações estruturadas' permitiu o aprofundamento das investigações" e também "remete a postura atual do comando da empresa que se mostra relutante em assumir e descrever os crimes praticados".
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Nesta fase da Lava-Jato, são investigados indícios de uma relação criminosa entre Palocci com o comando da principal empreiteira do país, a Odebrecht.
"Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos", informou a PF.
As equipes policiais cumprem 45 ordens judiciais, sendo 27 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 mandados de condução coercitiva (quando o alvo é levado a depor). Os outros dois presos são o ex-secretário da Casa Civil Juscelino Antônio Dourado e Branislav Kontic. Os presos serão levados à Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição das autoridades responsáveis pela investigação.
Infográfico: veja todas as fases da Lava-Jato: