Um dia antes das eleições municipais, o movimento separatista O Sul é o meu País realiza uma consulta popular sobre a independência de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do restante do Brasil. Somente em municípios gaúchos, mais de 800 urnas estarão espalhadas em locais públicos ao aguardo de "eleitores" que queiram participar do plebiscito informal. O Plebisul se trata de uma pesquisa de opinião com amostra aleatória, sem qualquer validade legal.
Em uma cédula de papel, a pessoa poderá responder sim ou não para a criação de um país independente composto pelos três estados sulistas. Nos municípios com mais de 100 mil habitantes, a votação ocorre das 8h às 20h. Nos municípios menores, a consulta se encerra às 17h. Não é necessário apresentar nenhum documento de identificação para participar.
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Os organizadores estimam que o "sim" vença. Diante do indicativo de descontentamento do povo sulista, os separatistas pretendem encaminhar um documento para o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Presidência da República para alertar sobre a insatisfação.
– Se o resultado for sim, vamos forçar o poder central a repensar a sua posição em relação aos Estados do Sul. Queremos alertar Brasília que , se não atenderem às nossas reivindicações, vamos pensar seriamente em separar o Sul de uma vez por todas. Obviamente, que daí surgem os entraves constitucionais que teremos de ultrapassar. Mas que é atitude palpável, não é utopia, temos comprovado – comenta o jornalista Celso Deucher, coordenador geral do plebiscito informal.
O movimento, que declara se manter graças a doações de simpatizantes, espera divulgar o resultado em seu site até as 21h de sábado. O levantamento será feito por meio de um sistema integrado desenvolvido pela própria organização.
Inicialmente, a consulta estava marcada para o domingo, no mesmo dia das eleições. No entanto, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) manifestou-se contra a votação porque poderia atrapalhar o processo formal. Diante da decisão, o movimento teve de mudar o dia da votação e não pode mais usar do termo "plebiscito". O presidente do órgão, Cesar Abreu, ainda solicitou que a Polícia Federal (PF) investigue a conduta do grupo, uma vez que a consulta pública pode ser considerada crime contra a segurança nacional, ordem política e social.
O TRE-RS manifestou-se sobre a consulta somente em junho e informou que não havia sido comunicado sobre a consulta a população.