O ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foram alvos nesta segunda-feira da Operação Greenfield, que que investiga desvios de R$ 8 bilhões nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis. Pinheiro foi alvo de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a prestar depoimento, mas depois é liberada), mas ficou preso preventivamente por ordem do juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava-Jato. Já Vaccari foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Ambos estão sendo investigados pela Lava-Jato e já estavam presos. Léo Pinheiro, que está em prisão domiciliar, tenta uma delação premiada com a força-tarefa. No fim de agosto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) suspendeu as negociações de delação premiada do ex-presidente da OAS.
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A determinação veio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após vazamento de informações sobre as tratativas entre o empresário e os investigadores da Lava-Jato.
De acordo com reportagem da Veja, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli é citado na proposta de delação de Pinheiro. Toffoli teria recorrido a uma empresa indicada por Léo Pinheiro para realizar uma obra em sua casa em Brasília. Ainda segundo a revista, o executivo da OAS informou que o próprio ministro teria custeado as despesas. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Toffoli disse que não possui relação de intimidade com Léo Pinheiro e que pagou pelas reformas realizadas em sua residência.
No âmbito da Operação Greenfield, a CPI dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados descobriu que o doleiro Alberto Youssef praticou tráfico de influência, em conjunto com Vaccari Neto para influenciar em decisões de investimentos dos fundos de pensão.
Buscando as causas dos prejuízos bilionários apresentados pelos fundos de pensão, a Operação Greenfield se baseia em 10 casos examinados pelos investigadores. Em oito casos, as autoridades verificaram investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, através dos FIPs (Fundos de Investimentos e Participações).
Os suspeitos poderão responder por gestão temerária ou fraudulenta, além de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Segundo a PF, as irregularidades possuem quatro núcleos de atividade: o núcleo empresarial, o núcleo dirigente dos fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores dos FIPs.
*ZH com agências