As novidades da campanha eleitoral deste ano foram comentadas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes. Em entrevista ao Timeline Gaúcha, ele disse que o período menor para a apresentação das candidaturas aos eleitores e as doações permitidas apenas a pessoas físicas é um “experimento institucional” que traz pontos positivos e problemas. O ministro defende mudanças mais profundas no sistema político do país, o que poderia modificar o financiamento.
“Discutir o financiamento de partidos sem saber qual vai ser o sistema eleitoral é muito difícil. Foi um pouco o que nós fizemos com aquela decisão do Supremo Tribunal Federal. Decidimos que acabaria com o financiamento empresarial sem mudarmos, e não era da nossa competência mudar, o sistema eleitoral”, diz.
Ele defende a redução do número de partidos, o voto em lista - que poderia ser combinado com o voto distrital e o fim da coligação proporcional. A partir desses pontos, ele relata que poderia ser considerado o financiamento público de campanha.
Caixa dois
Quanto a casos de caixa dois, Mendes não se posicionou conclusivamente, já que há jurisprudências no TSE que apontam os casos como crime, mas também como infração eleitoral. Ele acredita que o assunto passou a receber maior atenção do Congresso Nacional a partir dos desdobramentos da Operação Lava-Jato.
Dilma/Temer
Sobre o julgamento do TSE do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, testemunhas ainda são ouvidas e a conclusão do processo deve se dar apenas em 2017. Se isso se confirmar e a candidatura de ambos for cassada, um novo presidente seria escolhido a partir de eleições indiretas.