Ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo afirmou à Justiça Eleitoral, nesta segunda-feira, que houve pagamento de propina disfarçado de doação oficial à campanha que elegeu Dilma Rousseff em 2014. O depoimento serve para instruir as ações contra a chapa da petista e de Michel Temer que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As investigações podem retirar de Dilma, hoje cassada, o direito a disputar eleições e, para Temer, podem causar a perda de mandato.
Segundo informações obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o executivo disse que a empresa pagava propina de 2% sobre os valores de todos os contratos firmados com o governo federal.
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Azevedo afirmou, ainda, que a Andrade Gutierrez repassou R$ 15 milhões oriundos de propina pelas obras da construção da usina de Belo Monte ao diretório nacional do PT. Deste valor, cerca de R$ 1 milhão teria sido encaminhado pelo partido à campanha de Dilma.
O executivo também disse que a empreiteira doaria R$ 10 milhões à campanha de Dilma em 2014, mas dobrou o valor diante da pressão de Edinho Silva e Giles Azevedo – ex-ministro e ex-assessor da petista, respectivamente.
A doação, segundo ele, servia para manter os contratos com o governo, o que, explicou Azevedo, diferencia da doação à campanha do então candidato Aécio Neves (PSDB), que não havia contrapartida.
Procurada, a defesa de Dilma não se manifestou até a conclusão da matéria do Estadão.