A Comissão de Ética da Presidência da república vai dar um prazo de 10 dias para que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, explique as razões de suas declarações sobre a Operação Lava-Jato um dia antes da fase que culminou com a prisão do ex-ministro Antonio Palocci. A decisão foi tomada nesta terça-feira durante reunião do colegiado. O relator do caso, conselheiro Américo Lacombe, foi o responsável pelo pedido de explicações, que ainda será encaminhado ao ministro.
O colegiado se reuniu para discutir se abria um procedimento na comissão para investigar as declarações do ministro, mas, por conta de uma denúncia já protocolada pelo deputado petista Afonso Florence, a decisão do colegiado foi aguardar a manifestação do ministro em resposta a denúncia.
Leia mais
Moraes diz que falou sobre tráfico de drogas, armas e legislação com PF
Oposição recorre à PGR com representação contra ministro da Justiça
Dilma sobre suposto vazamento da Lava-Jato: "Estamos caminhando para o Estado de Exceção"
Conforme mostrou na última segunda-feira o jornal O Estado de S.Paulo, o presidente da comissão, Mauro Menezes, disse que o assunto seria debatido porque cabe ao colegiado "zelar pela integridade das informações privilegiadas". Segundo o Código Penal, um funcionário público comete crime contra a administração quando revela um fato de que tem ciência em razão do cargo e que deveria permanecer em segredo.
Um dia antes da fase da Operação Lava-Jato que culminou com a prisão do ex-ministro do PT, Antonio Palocci, Moraes afirmou, em Ribeirão Preto (SP), terra do petista, que uma nova fase da investigação seria deflagrada esta semana.
*Estadão Conteúdo