Quem acompanha a carreira do mineiro Eduardo Giannetti da Fonseca consegue situar em algum ponto do final dos anos 1990 uma guinada do foco em economia, que marcou o início de sua trajetória, para um tom mais filosófico, a partir de períodos sabáticos em Tiradentes, cidade de Minas Gerais onde nasceu o herói nacional. Meses de recolhimento renderam livros emblemáticos, como Auto-engano (1997) e O Valor do amanhã (2005). Depois, o doutor em economia pela Universidade de Cambridge (Inglaterra), onde lecionou por três anos, passou por nova encarnação como assessor de campanha de Marina Silva nas eleições presidenciais de 2010 e em 2014. Hoje dá aulas no Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) e ganhou a credencial de um dos novos pensadores do Brasil. Depois do vendaval de 2014, passou mais dois meses em Tiradentes e emergiu com Trópicos utópicos, seu novo livro, que tem 124 tópicos em 173 páginas. O tamanho dos textos é inversamente proporcional à ambição de Giannetti, que diz querer retomar o estilo de grandes autores. Mais otimista do que em obras anteriores, em que apontava distorções brasileiras, agora Giannetti saúda o fato de o país ter "um doce sentimento da existência e uma capacidade de celebrar a vida independentemente da lógica e da razão científica".
Com a palavra
Eduardo Giannetti: "Alternamos embriaguez eufórica com depressão que arrasa"
Economista lança novo livro, "Trópicos utópicos", no qual reflete sobre o lugar do Brasil na crise da civilização e adota tom mais otimista
Marta Sfredo
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