O presidente em exercício, Michel Temer, enviou nesta sexta-feira uma "mensagem aberta" aos líderes e parlamentares da base aliada para ressaltar que o seu governo não abandonará as políticas sociais. A carta foi enviada no momento em que Temer procura pacificar, principalmente, a Câmara dos Deputados, que passa pelo processo de sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou na última quinta-feira, à Presidência da Casa.
O objetivo do governo, apesar do discurso de não interferir no processo, é tentar um candidato único da base. Segundo interlocutores do presidente em exercício, a ideia da carta surgiu para rebater críticas da oposição de que Temer estaria acabando com programas sociais.
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No texto, Temer diz que é "prioridade" e "compromisso" do seu governo programas sociais como o Bolsa Família, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). "O governo trabalha incessantemente para que as famílias tenham melhora na renda e deixem de depender do programa. Isso só será possível com crescimento econômico e geração de empregos", escreveu.
O presidente em exercício destacou ainda que, além da transferência de renda, para reduzir a desigualdade no país é preciso investir em educação. "Com ensino público de boa qualidade, podemos gerar oportunidades para todos os brasileiros, crianças e jovens que querem crescer na vida por meio de uma boa educação."
Na mensagem, Temer cita o reajuste de 12,5% no Bolsa Família e diz que o aumento é superior aos 9% anunciados em maio pela presidente afastada Dilma Rousseff. Afirmando que a gestão passada não concretizou o reajuste, Temer destaca que o benefício teve aumento acima da inflação dos últimos 12 meses. "Parece pouco, mas é fundamental para aqueles que estão na pobreza. Enquanto houver extrema pobreza, é preciso ter programas como o Bolsa Família", diz.
Temer diz ainda que determinou ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário a criação de um grupo de trabalho para aperfeiçoar o controle dos programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada. "Não podemos permitir que estes importantes benefícios tenham sua trajetória desviada e, para isso, determinei uma atualização do cadastro de beneficiários, fazendo com que os recursos cheguem efetivamente para aqueles que realmente precisam."