Em entrevista à Rádio Pampa nesta quinta-feira, a presidente afastada Dilma Rousseff comparou o processo de impeachment à sua luta contra o câncer e às torturas que sofreu durante o período da ditadura militar. A petista afirmou que em nenhuma dessas vezes sentiu "tamanha dificuldade como agora". As informações são do portal UOL.
– Na minha vida toda eu lutei em várias circunstâncias difíceis. Eu lutei na ditadura, e aí obviamente eu acho que para qualquer um dos brasileiros e brasileiras que foram torturados, a tortura é talvez um dos limites da degradação humana. De quem faz (a tortura), mas também é muito, mas muito ruim pra quem sofre. E eu também enfrentei um câncer – relatou Dilma.
– Agora, te digo o seguinte: em nenhuma dessas vezes eu senti tamanha dificuldade como agora – afirmou.
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Em 2009, quando era ministra-chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente afastada se submeteu a um tratamento contra um linfoma, câncer do sistema linfático. Na época da ditadura (1964-1985), Dilma integrou movimentos clandestinos de combate ao regime militar, tendo sido presa e torturada.
Ainda durante a entrevista, Dilma criticou o jornal Folha de S.Paulo por não ter divulgado, em um primeiro momento, o resultado da pesquisa Datafolha que apontava que 62% dos brasileiros são a favor de novas eleições para a Presidência da República.
– Nunca comentei pesquisa, mas fico indignada diante dessa distorção. Como que não é importante saber o que a população brasileira acha? – questionou Dilma.
O editor-executivo do jornal, Sérgio D'Ávila, afirmou que a decisão de não publicar o resultado dessa pergunta foi tomada por, na prática, a hipótese não ser considerada no atual cenário político.