O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), avaliou, na manhã desta terça-feira, o pedido de prisão do presidente afastado da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi solicitado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para Araújo, o pedido agrava a situação do peemedebista.
– Isso fortalece os nossos argumentos – afirmou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Nesta manhã, o Conselho de Ética dá início à sessão de debate e votação do parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação do mandato parlamentar de Cunha. Araújo declarou estar "esperançoso" de que o texto seja aprovado.
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Janot também pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Assim como Cunha, eles são suspeitos de terem atuado para atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato. Mesmo afastado da Câmara, o deputado também estaria interferindo no comando da Casa.
Ouça a entrevista de José Carlos Araújo à Rádio Gaúcha:
Apesar da suposta influência de Cunha, Araújo disse esperar que, com a possível aprovação do relatório, não haja mais "manobras" para retardar as apurações contra o peemedebista. O presidente do Conselho de Ética descartou ainda a possibilidade de aliados do presidente afastado da Câmara apresentarem um documento a favor dele na sessão desta terça-feira.
– O regimento interno não permite relatório paralelo. Eles (aliados de Cunha) primeiro têm que derrotar o parecer do Marcos Rogério. Se derrotarem o parecer, e eu espero que isso não aconteça, vou ter que nomear entre os deputados que votaram contra o parecer um deles para elaborar o voto vencedor – explicou.