O ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações), dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, recebeu pelo menos R$ 7 milhões de propinas do esquema de desvios alvo da Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta-feira. De 2010 a 2015, o esquema teria gerado R$ 100 milhões em propinas, referentes a contrato da empresa Consist Software, por serviços indiretos para o Ministério de Planejamento.
Bernardo foi preso na manhã desta quinta, alvo central da Custo Brasil – decorrência das descobertas da Lava-Jato, em Curitiba. O operador das propinas arrecadadas com a Consist, o ex-vereador do PT Alexandre Romano, o Chambinho, confessou em delação premiada que havia propinas para o PT, para Bernardo, para o ex-ministro Carlos Gabas (Previdência e Aviação Civil), entre outros.
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O delegado regional de Combate e Investigação contra o Crime Organizado da Polícia Federal, em São Paulo, Rodrigo de Campos Costa explicou que Bernardo tinha direito a 9,6% do valor de 70% do contrato da Consist – que era destinado à corrupção. Pelo acerto, alvo da Custo Brasil, a empresa ficava com apenas 30% dos recebimentos.
Segundo o procurador da República Andrey Borges, depois que Bernardo saiu do Ministério do Planejamento e assumiu o Ministério das Comunicações, seu percentual no bolo da propina caiu para 4,5%, até chegar a 2%.
Defesa
O advogado do ex-ministro Paulo Bernardo, Rodrigo Mudrovitsch, disse que ainda não teve acesso aos documentos que embasaram a prisão, mas adiantou que não vê motivos para a medida.
– Desde o início das investigações, ele se colocou totalmente à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos – afirmou.
Paulo Bernardo está em casa, em Brasília, e deverá ser transferido nesta quinta, de avião da PF, para São Paulo.
*Estadão Conteúdo