Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do Planejamento, Romero Jucá, estão reunidos na manhã desta segunda-feira com o presidente em exercício Michel Temer no Palácio do Jaburu, em Brasília. O secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, antecipou a volta da Bahia e está a caminho da capital federal.
A reunião de emergência é para tentar minimizar as repercussões negativas da reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que traz gravações em que Jucá aparece tratando de um pacto para barrar a Operação Lava-Jato.
Na conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em março deste ano, o ministro fala em "estancar a sangria" representada pela ação policial. As conversas estão em poder da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Leia mais:
PSOL anuncia que entrará com representação contra Jucá na PGR
Defesa de Jucá admite que ele conversou com Machado: "Isso não nos preocupa em nada"
Líder do DEM no Senado defende que Jucá seja afastado do governo Temer
Em entrevista à Folha, Jucá disse nesta manhã que não pensa em pedir demissão do cargo de ministro e que está "tranquilo" em relação às conversas divulgadas.
– Não, não. Por que vou pedir demissão se estou dizendo isso (sobre Lava Jato) desde o começo? – afirmou o ministro ao jornal.
Ao colunista Jorge Bastos Moreno, do jornal O Globo, Temer, disse que vai esperar a entrevista coletiva de Jucá para poder se posicionar sobre a gravação e que é preciso "dar ao ministro Jucá o direito de defesa".Questionado sobre se demitira o ministro, o presidente interino respondeu que acredita "que ele próprio o fará".
Temer reafirmou seu compromisso com a independência da Lava-Jato e lembrou que a queda do governo ao qual sucedeu ocorreu justamente por isso.