O ex-presidente da República e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) divulgou nota nesta quarta-feira queixando-se do vazamento de diálogos particulares com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. No texto, ele afirmou que a relação com ele é de amizade.
"As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, muitas vezes procurei dizer palavras que, em seu momento de aflição e nervosismo, levantassem sua confiança e a esperança de superar as acusações que enfrentava", acrescentou Sarney.
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Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta quarta-feira informou que Sarney conversou com Machado e sugeriu tentar fazer uma interferência política para evitar que ele fosse investigado e processado pelo juiz Sérgio Moro. De acordo com a reportagem, Sarney disse que a estratégia deveria ser traçada "sem advogados".
O jornal informou ainda que Sarney estava preocupado com uma eventual proposta dos investigadores da Operação Lava-Jato para que Machado fizesse uma delação premiada. O ex-presidente destacou que o ex-presidente da Transpetro deveria conversar com o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Sarney confirmou ser amigo de Machado "há muitos anos" e disse lamentar "que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar".
Mais cedo, Renan Calheiros também divulgou nota sobre conversa sua divulgada também com Sérgio Machado.