A Justiça americana pediu o auxílio das autoridades brasileiras para ouvir oito réus e delatores da Operação Lava-Jato na ação coletiva de investidores contra a Petrobras, que tramita na Corte de Nova York. O julgamento da ofensiva de acionistas que foram prejudicados com os esquemas de corrupção e pagamento de propinas na estatal está marcado para o dia 19 de setembro. As informações são do portal Jota.
O juiz Jed Rakoff, que comanda a ação, enviou cartas rogatórias, na sexta-feira passada, para que os réus Rogério Paes dos Santos Araújo (Odebrecht), Dalton Avancini (Camargo Corrêa), Ricardo Pessoa (UTC Engenharia), os lobistas Júlio Camargo e Fernando Baiano, Augusto Mendonça Neto (Setal Engenharia) e os delatores Agosthilde Mônaco de Carvalho (ex-funcionário da Petrobras) e Shinko Nakandakari (operador da Galvão Engenharia) sejam ouvidos pela autoridade judicial brasileira.
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Partiu da defesa da Petrobras os pedidos para ouvir os réus da Lava-Jato. De acordo com os advogados da companhia, os depoimentos podem ser relevantes na ação coletiva em andamento nos Estados Unidos, especificamente para contestar a alegação dos autores de que a petroleira participou e se beneficiou do cartel das empreiteiras.
Os autores da ação coletiva alegam que a Petrobras foi o centro de um bilionário esquema de corrupção e pagamento de propina que durou vários anos, e que a estatal forneceu declarações enganosas ao mercado em violação às leis brasileiras e à Lei de Valores Mobiliários dos EUA.
A Petrobras, por outro lado, alega que foi vítima do esquema, e que os reais beneficiários eram as empresas integrantes do cartel das empreiteiras, políticos brasileiros e ex-funcionários da petroleira que "ocultaram seus atos ilícitos da companhia".