Um erro não deveria justificar outro. Na política, uma prática recorrente. A Câmara dos Deputados impôs mais uma derrota ao governo federal. A aprovação da proposta de emenda à Constituição vincula o teto dos subsídios de advogados públicos, defensores públicos e delegados das polícias Federal e Civil a 90,25% do que recebem ministros do STF. O impacto estimado é de R$ 2 bilhões por ano para a União e R$ 15 bilhões para estados e municípios.
A presidente Dilma Rousseff e o PT fizeram de tudo para a reeleição, segurando preços controlados e extrapolando os gastos públicos. Nós estamos pagando a conta em 2015 com a inflação e a economia retraída. Um erro, grave erro. O interesse político foi colocado na frente dos interesses sociais.
Por mais legítima que seja a reivindicação de melhores salários pelos advogados públicos, por exemplo, não é a hora. E aí os deputados incorrem no mesmo erro: colocam interesse político na frente dos interesses sociais. Aprovam o aumento de gastos na hora de aperto, quando as contas precisam ser ajustadas para o Brasil voltar a movimentar a economia.
A votação não pode ser classificada como revanchismo, porque até mesmo deputados do PT aprovaram a PEC. Eles se sentem pressionados pelos sindicalistas nas galerias. Será que o povo que está desassistido pelos serviços públicos quer pagar a conta? O contribuinte, que espera serviços, não está representado nas galerias da Câmara, nem no plenário.