PF ouve servidores sobre suposta pressão da Presidência da Assembleia para ajudar na arrecadação da campanhaInquérito que apura pressão do presidente da Assembleia para ajudar na arrecadação da campanha poderá ser remetido à Procuradoria Regional Eleitoral
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) intimou o presidente da Assembleia Legislativa a afastar o superintendente-geral da Assembleia Legislativa, Artur Alexandre Souto, por suspeita de crime eleitoral. A liminar foi expedida pelo desembargador Leonardo Tricot Saldanha nesta terça-feira (09). Souto é investigado pela Polícia Federal por suposta pressão sobre servidores da Assembleia para a aquisição de convites para um jantar de arrecadação para a campanha do presidente daCasa, Gilmar Sossela, ao valor de R$ 2,5 mil. Além de superintendente, Souto é coordenador da campanha do deputado.
Em agosto, um servidor perdeu a função gratificada que exercia na direção do Departamento de Assessoramento à Comissões após se recusar a comprar o convite. Dias depois, servidores relataram pressão interna, o que resultou na abertura de um inquérito. Na semana passada, a Polícia Federal ouviu pelo menos 12 pessoas na investigação que corre sob sigilo. O TRE deferiu o pedido de que Souto também fique proibido de acessar ou frequentar as dependências da Assembleia. "Não houve pressão alguma. Há centenas de servidores e pouquíssimos convites foram vendidos", afirma o advogado Décio Itiberê.
Após concluído, o inquérito será remetido à Procuradoria Regional Eleitoral. Como o jantar é organizado para arrecadar recursos para a campanha de Sossela, e no caso de comprovadas irregularidades, o episódio poderá acarretar sanções quanto à candidatura dele, que busca a reeleição. O inquérito foi aberto dia 27, com autorização da Justiça Eleitoral.