Obstinado em construir um palanque forte no Rio Grande do Sul para a candidatura presidencial de Eduardo Campos, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) tenta costurar nova aliança com o PC do B. Na semana passada, munido de uma pesquisa encomendada pelo partido para estudar o cenário da eleição ao Palácio Piratini, ele foi ao encontro de Manuela DÁvila (PC do B). Apontou os bons índices de intenção de voto da parlamentar e pediu que ela considerasse a possibilidade de disputar o governo estadual em 2014, o que causaria reviravolta no cenário eleitoral gaúcho.
A intenção de Beto é ter em Manuela uma firme sustentação à candidatura de Campos.
- Nós vamos tratar disso com a Manuela e pretendemos conversar com a direção do PC do B nos próximos dias. Vamos sugerir que ela seja uma candidatura realmente nova. Existem elementos que nos obrigam a refletir - afirmou Beto.
Ele argumenta que não é impossível imaginar o desligamento de qualquer partido da base de apoio de Dilma Rousseff - o PC do B é aliado do PT desde o governo Lula - devido ao momento do país, abalado por protestos e pela inconstância da economia.
- As coisas mudaram demais, todos estão reexaminando. A Dilma perdeu o carimbo de grande gestora, tomou decisões açodadas, como a Constituinte e o plebiscito, e o cenário econômico fez o pessimismo tomar conta - opina o deputado.
Nem mesmo o resultado abaixo da expectativa de Manuela na eleição à prefeitura em 2012, quando José Fortunati se elegeu em primeiro turno com 65% dos votos, reduz as esperanças do PSB.
- Fortunati não tinha desgaste e construiu um discurso muito correto, que pegou na veia. Ficou difícil para nós - analisa.
Apesar de ser um aliado importante de Manuela desde 2008, Beto não deverá ter facilidade para convencê-la a disputar o Piratini.
- Conversamos todos os dias no Congresso, mas não tivemos nenhuma reunião. De fato, há uma pesquisa em que meu nome consta. Mas não tenho pretensão de concorrer ao governo do Estado - disse a deputada.
*Interino