Os sete senadores do PR anunciaram na noite desta quarta-feira que deixaram de fazer parte do bloco de apoio ao governo na Casa e que irão para a oposição. O líder do partido no Senado, senador Blairo Maggi (PR-MT), afirmou que "cansou" das "infrutíferas" negociações para indicação de um ministro no governo. O rompimento já foi informado à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
A instabilidade entre o governo e o PR se arrastava desde a demissão do presidente nacional da sigla, Alfredo Nascimento, do Ministério dos Transportes, por conta de uma série de denúncias de irregularidades na pasta. Desde então, o partido adotava uma posição que chamava de "independente".
A decisão foi tomada depois que Blairo ouviu de Ideli nesta quarta-feira que o PR não indicará o ministro dos Transportes. Com a saída de Nascimento, Dilma nomeou Paulo Passos, que ocupava a secretaria executiva na pasta. Questionada pelo senador se a indicação sairia ou não, Ideli respondeu de forma negativa.
- Eu chamei nossos sete senadores e avisei que, como líder, não quero mais negociar. O governo nos empurra com a barriga o tempo inteiro. Decidimos então que estamos fora da discussão. Se a bancada da Câmara quiser, que continue a discutir - afirmou o senador.
Blairo explicou que o PR não vai mais votar automaticamente a favor dos projetos de interesse do governo. O apoio agora será discutido caso a caso.
Presente na reunião, o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (PR-AM), explicou que a decisão abrange apenas a bancada do partido no Senado. A posição do partido ainda precisa ser discutida com a direção da legenda e seus militantes.
Logo após o anúncio, Blairo Maggi foi procurado pelo novo líder do governo na Casa, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), e pelo líder do PT, Walter Pinheiro (PT-BA). Uma conversa ficou marcada para o final do dia.
O senador do PR assegurou, no entanto, que o encontro servirá somente para que ele comunique a posição da bancada aos dois líderes.
*Com informações da Agência Senado.