O ministro das Cidades, Mário Negromonte, falou aos senadores da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) sobre denúncias de irregularidades na pasta sob seu comando. Ele negou participação do ministério na mudança do projeto do governo de Mato Grosso para trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá.
A mudança aumentaria os custos da obra em R$ 700 milhões. De acordo com denúncia, a diretora de Mobilidade Urbana do ministério, Luiza Gomide, com autorização do chefe de gabinete do ministro, Cássio Peixoto, teria alterado parecer técnico que vetava a mudança do projeto.
Negromonte reconheceu que houve divergência entre o parecer técnico e o parecer da diretora, mas disse não ter sido informado na ocasião.
- Não determinei nem solicitei ao meu chefe de gabinete ou à doutora Luiza Gomide qualquer providência de mudança no parecer. Eles têm autonomia para conduzir os processos. Ao tomar conhecimento, pedi apuração pelo Ministério Público - disse o ministro.
Questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) se não seria adequado pedir o afastamento dos envolvidos até o fim das investigações, ele disse não ter solicitado o afastamento para evitar pré-julgamento. Na maioria dos processos do PAC da Mobilidade das Grandes Cidades e no PAC da Copa do Mundo de 2014, explicou, houve pedido de mudanças semelhantes.
Obras Irregulares
Na audiência, Negromonte também negou que o Ministério das Cidades tenha liberado recursos para obras irregulares. De acordo com o ministro, os recursos foram liberados seguindo acórdão do Tribunal de Contas de União (TCU).
- São obras do governo passado e para todas há acórdão do TCU orientando a continuidade das obras - explicou.