Os 1,6 mil quilômetros de estradas pedagiadas que em 2009 colocaram a ex-governadora Yeda Crusius em rota de colisão com o governo Lula passam a ser administrados pela União e pelo Piratini a partir desta quinta-feira. O contrato de gestão compartilhada será assinado à tarde pelo governador Tarso Genro no Ministério dos Transportes.
Sem um tutor legal há mais de dois anos, os seis polos de pedágios privatizados não estavam sendo fiscalizados em razão do impasse provocado pela devolução unilateral das estradas ao governo federal. Com o acordo, Planalto e Piratini se comprometem a dividir as responsabilidades até o final dos contratos com as concessionárias, em 2013.
Tarso e Dilma já manifestaram desejo de reestruturar o modelo de pedágio gaúcho assim que expirarem as concessões, reavaliando os valores das tarifas e as obrigações da iniciativa privada.
Leia a reportagem completa na Zero Hora desta quinta-feira.
Entenda o caso
DEZEMBRO DE 2008
- O governo Yeda Crusius tentou prorrogar por mais 15 anos, sem licitação, a concessão de rodovias para empresas em troca de obras.
- Como havia rodovias federais no pacote, a governadora precisava do aval do Planalto, que rejeitou a proposta.
AGOSTO DE 2009
- Contrariada, Yeda transferiu à União o controle de seis dos sete polos concedidos, além de um passivo estimado pelas empresas em R$ 1,7 bilhão.
- O governo federal negou a responsabilidade sobre os 1,6 mil quilômetros de estradas. Mas o governo gaúcho sustentava que o ato jurídico era perfeito.
SETEMBRO DE 2009
- Os trechos envolvidos na polêmica ficaram sem fiscalização. Ao formalizar a devolução dos polos, o Piratini liberou o Daer de vigiar as concessionárias.
DEZEMBRO DE 2010
- O Planalto trocou o discurso e admitiu a possibilidade de receber as rodovias de volta.
NOVEMBRO DE 2011
- A malha concedida entregue à União passa a ser administrada pela União e pelo Piratini a partir de hoje.
Estradas com dono
Piratini e Planalto assinam nesta quinta fiscalização compartilhada dos polos de pedágio privatizados
Devolução unilateral das estradas gaúchas ao governo federal deixou seis postos sem um tutor legal
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