A TV Globo realizou nesta quinta-feira (3) o último debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo antes do primeiro turno, que ocorre no domingo (6). Estiveram presente os postulantes Datena (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
Num encontro mais tranquilo do que os anteriores, os candidatos observaram as regras estabelecidas — apenas Boulos teve a atenção chamada por mostrar um documento, o que não era permitido. Além disso, Nunes (quatro vezes), Marçal (três) e Boulos (uma) tiveram pedidos de resposta negados. Enquanto que nas primeiras trocas de perguntas houve apresentação de propostas, na parte final ocorreram ataques entre os candidatos.
No começo do debate, Nunes, primeiro a perguntar, evitou confronto direto com Boulos ou Marçal e questionou Datena sobre redução de impostos. Na sua questão, Tabata perguntou a Nunes sobre saúde, segurança e população de rua na capital paulista.
— Com relação à população de rua, fiz 10 vilas, aluguei 4 mil vagas de hotéis. Nós tínhamos 16 mil vagas para abrigos, agora temos 29,4 mil. Trabalhei duro. Eu fiz, estou e vou continuar fazendo — afirmou o candidato à reeleição.
Boulos, por sua vez, fez dobradinha com a candidata do PSB para criticar a gestão do emedebista na saúde. Por regra do debate, Datena teve que dirigir sua questão para Marçal. A pergunta foi sobre segurança pública.
No segundo bloco, houve sorteio do tema das perguntas. As temáticas sorteadas foram mobilidade, IPTU, moradia, educação e cultura e lazer, sendo esta última a pauta da questão de Boulos para Datena:
— Na periferia existe gente tão inteligente como em qualquer parte da cidade. Essa gente precisa ser resgatada, no esporte e na inteligência; da pobreza enorme e da canalha divisão de renda que temos nessa cidade e no Brasil.
O terceiro bloco voltou a ter tema livre. Abrindo a rodada, Tabata questionou Boulos sobre mudanças de opiniões acerca de diferentes temas.
— Em relação a creches conveniadas, defendo que a rede parceira tenha as mesmas condições que a rede direta. Nós vamos trabalhar para melhoras essas condições de trabalho. Nunca defendi GCM (guarda municipal) sem armamento, isso não é verdade — se defendeu o candidato do PSOL.
Na mesma fase, Datena pediu para Nunes esclarecer a concessão da gestão de cemitérios. Marçal entrou em questões ideológicas ao questionar Datena enquanto Nunes perguntou a Tabata sobre mudanças climáticas e meio ambiente.
— Aprovei um projeto, que eu escrevi, sobre mudanças climáticas. Mas não atuei só em Brasília, tive que atuar na Justiça para o prefeito Ricardo Nunes começar a fazer uma coisa que não quis fazer, que é apresentar um plano de redução de riscos — respondeu a candidata do PSB.
No quarto bloco, novamente com a temática das perguntas sendo sorteadas. Entre os temas abordados estiveram concessões à iniciativa privada, roubo de celular, segurança, trabalho e mudanças climáticas. Sobre esse último tema, Nunes questionou Marçal.
— Saneamento básico não está sendo cumprido. Hoje a cidade de São Paulo tem quase 50% do contrato com a Sabesp. Se ela não conseguir resolver a limpeza, nós vamos criar uma própria empresa para São Paulo — afirmou o candidato do PRTB.
Durante as perguntas deste bloco, houve ataques e troca de acusações entre Marçal e Boulos e Marçal e Nunes, bem como entre Boulos e Nunes.