Capaz de chamar a atenção dos eleitores, a escolha do nome de urna pelos candidatos varia. Pode ser apelido ou nome junto ao sobrenome, à profissão ou à causa com a qual o candidato se identifica. A tentativa dos concorrentes de serem lembrados nem sempre rende votos. Neste ano, Mikkey, Patteta, Motoqueiro Fantasma e outros candidatos com apelidos inusitados listados no dia 1º de outubro por Zero Hora não conquistaram vaga no Legislativo.
Da seleção feita por Zero Hora com 25 nomes de urna curiosos de postulantes ao cargo de vereador em municípios gaúchos, apenas dois se elegeram na eleição do último domingo (6).
Um deles é Rudys Rodrigues (MDB), vereador reeleito para o segundo mandato. Com o nome de urna Rudys Confirmadíssimo, ele foi o terceiro mais votado em Santa Maria, na Região Central, com 3.796 votos.
De acordo com o publicitário Sérgio Garcia, que atuou na campanha, na primeira eleição que foi candidato, em 2020, Rudys não utilizava o apelido. Foi ao longo do mandato de quatro anos que a equipe de campanha se deu conta que o vereador tinha um bordão conhecido e querido por muitos.
— Percebemos que muitas vezes ele fechava um diálogo dizendo “confirmadíssimo!”. E achamos muito interessante que isso pudesse ser usado relacionando com a palavra confirmar, que tem tudo a ver com o ato de escolha eleitoral, já que a última tecla que você aperta é o confirmar.
O publicitário destaca que Rudys é o primeiro candidato gay a assumir uma cadeira na Câmara de Vereadores de Santa Maria e que o vereador acabou ganhando notoriedade no meio jovem.
— Ele é amado pelas crianças, tem um carisma muito grande, os jovens têm uma identificação muito forte com ele, as pessoas querem tirar foto. Ele virou uma celebridade a partir do apelido. Tanto que o “confirmadíssimo” virou trend no TikTok — diz Garcia.
— Como ele já tinha um histórico e reconhecimento popular pelo bordão, substituímos o sobrenome dele, que é Rodrigues, e mudamos para Rudys Confirmadíssimo — complementa.
Sapo ou Sapinho chega ao terceiro mandato
Também na região central do RS, no município de Cacequi, elegeu-se para o terceiro mandato o vereador Airton dos Anjos (MDB). Até aí, tudo bem. Mas neste ano, pela primeira vez, ele fez valer o apelido que tem há anos e oficializou-se como Sapo ou Sapinho nas urnas.
— Esse apelido veio por causa do meu pai. Ele era o Sapo e eu fiquei como Sapo ou Sapinho — explica.
Ele conta que nas outras eleições usou o próprio nome na urna, mas em Cacequi, onde é carteiro, todos o conhecem como Sapinho. Neste ano, segundo ele, não foi bem uma escolha:
— Na verdade, o rapaz que fez a minha inscrição no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) botou meu apelido. E depois, quando fui pensar bem, não deu mais tempo de substituir. Depois que já estavam todos os programas feitos, ficou. Mas deu certo, todo mundo aqui me conhece mais pelo meu apelido mesmo — finaliza Sapo ou Sapinho.