Três candidatos disputam o comando de Roca Sales, uma das cidades com a maior extensão de danos provocados pelas recorrentes enchentes que atingiram o Vale do Taquari nos últimos meses. Todos têm a mesma impressão: a cidade ainda vive em clima de desânimo generalizado depois de ser inundada ao menos quatro vezes desde setembro do ano passado.
Para disputar a sucessão do prefeito Amilton Fontana (MDB), o partido indicou o advogado Bayard Ollé Fischer Santos, que foi prefeito entre 1997 e 2000. Também estão no páreo o ex-secretário da Fazenda Jones Wunsch, o Mazinho (PP), e o empresário Adovandro Luiz Fraporti, conhecido como Dinho (Podemos).
Pela quinta eleição consecutiva, o município de aproximadamente 10 mil habitantes terá mais de dois concorrentes na disputa, cenário incomum para cidades de menor porte. Em 2016, o pleito chegou a ter cinco candidatos.
Neste ano, a principal cobrança aos postulantes à prefeitura é por soluções para recuperar o município e para mitigar o efeito de futuras cheias do Taquari nas residências e nos negócios locais.
Nas rodas de conversa e no diálogo com a população, uma das obras mais esperadas é a abertura de um canal próximo da sede da JBS, para ampliar a vazão do Rio Taquari e minimizar o potencial de inundação. Para a Zero Hora, os três concorrentes mencionaram a intervenção e disseram que buscarão recursos para tirá-la do papel.
Candidatos se apresentam de formas diferentes
Mesmo concorrendo pela legenda que governa a cidade, Bayard demonstra certa independência. Diz que “uma coisa é o partido e outra a pessoa” e reivindica a experiência na administração pública.
— Eu já demonstrei o que fiz, e existe um receio na população de ter uma experiência sem resolutividade. Todos os candidatos estão com os melhores propósitos, mas vejo como diferença a questão da experiência. (Em 1997) também peguei o município em situação difícil — aponta.
Candidato de oposição, Mazinho diz que a classe política vive um descrédito na cidade e que a população demanda por mudanças na administração local. Ele pondera que, por ter comandado a Fazenda municipal, “sabe como funciona” o orçamento.
— Vamos começar por pequenas obras no centro para a revitalização e por obras nas estradas do interior. E uma busca incessante por recursos, para que o comércio e a indústria fiquem aqui e as pessoas permaneçam em Roca Sales. E vamos atrás de emendas parlamentares para as grandes obras — afirma.
Por sua vez, Dinho se apresenta como alternativa aos dois grupos políticos. Estreante na busca por cargos eletivos, promete tocar a prefeitura “como se fosse uma empresa”.
— Eu quis concorrer sozinho, sem coligação. Nosso desafio é botar pessoas sérias, que estejam ali para trabalhar e não para “mamar”. Se não trabalhar corretamente, posso mandar embora sem dever nada para o vice — explica o candidato do Podemos.
No município, apenas uma seção eleitoral teve de ser realocada: a de número 109, que saiu do Cras para o Salão da Comunidade Evangélica (Rua Napoleão Maioli, 280).
Quem são os candidatos
Bayard (MDB)
Bayard Ollé Fischer Santos tem 74 anos, é solteiro e natural de Porto Alegre. Advogado, foi vice-prefeito de Roca Sales entre 1993 e 1997 e prefeito de 1997 a 2000. Concorre pela coligação formada por MDB e União Brasil. O candidato a vice é Luis Roberto Magnani, o Loi (União).
Dinho (Podemos)
Adovandro Luiz Fraporti, o Dinho, tem 48 anos, é casado e natural de Encantado. Empresário, nunca ocupou cargos públicos. Concorre pelo Podemos, sem coligações. O candidato a vice é Nelson Vasconcelos (Podemos).
Mazinho (PP)
Jones Wunsch tem 43 anos, é solteiro e natural de Roca Sales. Empresário, já foi secretário da Fazenda do município. Concorre pela coligação formada por PP e pela Federação PSDB/Cidadania. O candidato a vice é Henrique Pivatto (PSDB).