Primeiro governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) voltou a falar que seu principal objetivo no segundo mandato será investir em educação. Em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira (31), ele disse que vai focar nas obras de reformas em escolas.
Para isso, explicou Leite, será necessário repensar as relações entre a Secretaria de Educação (Seduc) e a Secretaria de Obras, decidindo qual pasta ficará com a execução dos projetos.
— O que a gente vai precisar fazer é uma reestruturação administrativa entre Secretaria de Obras e Secretaria de Educação para termos estrutura técnica que dê mais agilidade na execução de obras. É onde o governo tem tido uma performance ruim. Quando o Estado não tinha dinheiro, esse problema ficou sem se revelar. Quando passamos a ter recursos para investir, percebemos que havia dificuldade para projetos nas escolas — explicou Leite.
Questionado se manteria Raquel Teixeira no cargo de secretária de Educação, Leite afirmou que ainda não revelaria a composição do governo. Porém, defendeu a carreira da professora natural de Goiânia, que foi alvo de críticas de seu rival na disputa pelo Piratini, Onyx Lorenzoni (PL), que fazia objeções por ela não ser natural do Rio Grande do Sul:
— Quero dizer que Raquel é professora e não uma deputada derrotada, além de gestora reconhecida. Ela conhece o sistema e sabe o que precisa ser feito. Não é sobre ter uma gaúcha na Secretaria de Educação, é sobre ter alguém que consiga implementar políticas públicas que ajudem os gaúchos. Sem dúvida nenhuma, é um nome fortemente considerado para continuar trabalhando — disse o governador eleito.
Sobre a condução da economia no Estado, o tucano disse que seus planos já são conhecidos e que há uma expectativa para entender qual será o projeto do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para o Brasil:
— Há um anseio por ver a equipe do presidente eleito Lula, para entender qual caminho ele seguirá na economia. A nossa forma de pensar é bem conhecida e seguiremos nela. O Lula volta após 12 anos, então, há uma dúvida sobre o que vem pela frente.
O governador eleito também falou sobre a relação com o Partido dos Trabalhadores (PT), que lhe deu apoio crítico na disputa contra Onyx. Segundo Leite, há diferenças evidentes entre ambos os projetos e nenhuma intenção de convidar os petistas para participarem de seu governo — e vice-versa. Apesar disso, ele reforçou que existe uma afinidade em torno de um ideal de democracia e da valorização do diálogo, algo que deverá ser ampliado.
— Vamos conversar com eles. Não há perspectivas de participação em governo, nem do nosso lado, nem do lado deles (PT). Temos muitas divergências, mas convergimos em torno da democracia e do diálogo. Afinal, o PT elegeu vários deputados. São deputados que representam o povo gaúcho, povo para quem eu governo também. É fundamental uma relação republicana, de alto nível, e eu vejo essa disposição por parte do PT. O apoio crítico que nos deram no segundo turno reforça a necessidade de abrirmos ainda mais o diálogo, para ouvi-los — ressaltou Leite.