"Homem cristão, conservador e de direita, que sempre se dedicou à igreja e ao combate da esquerda no país". É assim que o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) define, em seu site oficial, Padre Kelmon, candidato do partido à Presidência da República nestas eleições.
O religioso assumiu a posição após Roberto Jefferson ter a candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no começo de setembro. Kelmon chamou atenção do público ao participar do debate do SBT no final de semana — o primeiro em que esteve presente.
Kelmon Luis da Silva Souza é natural da cidade de Acajutiba, na Bahia, e é solteiro. Ele nasceu em 21 de outubro de 1976, tem, portanto, 45 anos. O candidato se apresenta como "sacerdote ortodoxo" e usa símbolos semelhantes aos da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil. A congregação, no entanto, emitiu nota negando vínculo com Kelmon. O petebista, por sua vez, afirma que representa a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa del Perú.
Padre Kelmon fundou e coordena o Movimento Cristão Conservador Latino-Americano e esteve à frente do Movimento Cristão Conservador do PTB, do qual se licenciou antes de ser escolhido como o candidato do partido ao Planalto.
Indicado como representante do PTB, Kelmon apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral o mesmo plano de governo de Roberto Jefferson, que cita a valorização de Deus, da família (sendo contra o aborto) e da liberdade, prometendo intensificar a agenda de privatizações, convocar uma nova Assembleia Constituinte, reduzir a carga tributária, pôr fim à estabilidade dos servidores públicos, proibir a legalização, plantio, cultivo e comercialização da maconha e criminalizar a "cristofobia".
— Nós estamos nessa luta para defender os valores e princípios da Direita. A nossa vida Cristã é regida pela vontade de Deus e eu acredito nisso piamente. Eu me sinto honrado por oferecer o meu nome, a minha vida à nossa Pátria. Precisamos garantir que a Direita permaneça no governo do nosso Brasil — disse o candidato, por meio de nota.
Apesar de se apresentar hoje como defensor da direita no país, o religioso foi filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) entre 2002 e 2009. Ele diz que se arrepende dessa filiação, que define como "ato da juventude". Antes do PT, Kelmon passou pelo Partido Social Cristão (PSC).
A campanha de Padre Kelmon arrecadou R$ 1,545 milhão em receitas, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Destes, R$ 1,540 milhão – ou 99,68% – vêm da direção nacional do PTB.