O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira (18), no primeiro comício de sua campanha, que, se eleito, as principais empresas públicas brasileiras não serão privatizadas. Ele citou Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF), Correios e BNDES.
— Se preparem porque nós vamos recuperar a indústria brasileira, e a Petrobras não será privatizada. Banco do Brasil não será privatizado. CEF não será privatizada, o BNDES não será privatizado. Esses bancos públicos estarão a serviço do desenvolvimento desse país e é por isso. Os Correios também não serão privatizados — declarou Lula em Belo Horizonte, ao lado do candidato a vice-presidente da chapa, Geraldo Alckmin (PSB).
A Petrobras foi incluída pelo governo do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) em estudos para desestatização, mas o plano de governo do chefe do Executivo para as eleições não cita a estatal. A privatização dos Correios está emperrada. A única privatização que andou no governo Bolsonaro foi a Eletrobras.
"Cumprir a Bíblia e a Constituição"
No primeiro comício da campanha eleitoral, Lula também fez acenos a evangélicos, mulheres, negros e índios. Em tom emocionado, e por vezes até ofegante, afirmou ser preciso cumprir a Constituição e a Bíblia.
— A gente tem que olhar a Constituição e ela tem que ser cumprida. A gente tem que olhar a Bíblia, e ela tem que ser cumprida — afirmou Lula.
O petista voltou a chamar Bolsonaro de fariseu.
— É heresia falar o nome de Deus em vão, como faz esse cidadão que não quero citar o nome. Estamos enfrentando uma pessoa desequilibrada, desestruturada. Estamos enfrentando pessoa que acha que tem que estimular ódio, é o contrário do que queremos — seguiu. — Ele está mais para fariseu do que para cristão, não respeita ninguém — disse.
Lula fez ainda acenos às mulheres.
— Não queremos que a mulher continue sendo tratada como se fosse objeto de cama e mesa nesse país. Queremos que a mulher seja sujeita da história, possa querer fazer o que ela quiser, do jeito que ela quiser, e para isso ela tem que ganhar o mesmo salário que o homem, fazendo a mesma função — afirmou, sob aplausos de apoiadores.
Aos índios, prometeu novamente a criação do Ministério dos Povos Originários e o fim do garimpo ilegal. Lula atacou o racismo e se comprometeu a "reconstruir" os ministérios da Igualdade Racial, da Mulher, e da Micro e Pequena Empresa - este anunciado nesta quarta-feira (17).
— Queremos que o povo negro tenha o direito de ocupar os melhores empregos, os melhores cargos, as melhores universidades, é por isso que brigamos pelas cotas — seguiu Lula, em discurso que durou cerca de meia hora.