Candidatos líderes nas pesquisas de intenção de votos ao governo de São Paulo, o ex-ministro e ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) partiram para ataques mútuos logo no primeiro bloco do debate da Band no Estado. Os três, por sorteio, foram os responsáveis pelas três primeiras perguntas entre os candidatos.
Na primeira pergunta, Haddad indagou Tarcísio sobre educação. O ex-ministro fez uma série de críticas ao setor no Estado e ao governador, e Haddad disse que o Ensino Médio melhor que existe é o federal e que vai incentivar os Institutos Federais de Educação (IFEs) em São Paulo. Tarcísio, na réplica, voltou a falar de propostas e encerrou pedindo aos espectadores que digitassem no Google "qual o pior prefeito de São Paulo?", numa referência a Haddad.
Na pergunta seguinte, Garcia rebateu as críticas à educação, contou brevemente sua história e indagou Haddad sobre o Poupatempo, programa estadual para desburocratizar e integrar ações de atendimento ao cidadão. Haddad iniciou a resposta com contra-ataque a Tarcísio sobre sua pergunta anterior.
— Quem for ao Google digite genocida para saber quem matou mais de 600 mil brasileiros e, pior que isso, foi cortar o auxílio antes de vacinar — afirmou o ex-ministro em referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Tarcísio foi ministro.
— E lamento que na primeira pergunta (Tarcísio) venha com esse nível agressividade. E falando em Deus. Vou dar boas-vindas a você, Tarcísio — emendou Haddad.
Ao responder sobre Poupatempo, Haddad criticou Garcia:
— Você foi demitido pelo (ex-governador) Mário Covas por apoiar o Paulo Maluf e o (ex-prefeito Celso) Pitta, de quem foi secretário. Não estava lá quando Poupatempo foi criado — disse.
Garcia rebateu dizendo que "talvez o Haddad não saiba, porque acorda tarde".
— Eu fui responsável como secretário de governo por ampliar o Poupatempo. E quem foi lamber as botas do Maluf foram você e Lula para buscar apoio a prefeito.
Haddad novamente atacou Garcia, citou seu currículo e lembrou que na prefeitura paulista renegociou a dívida de São Paulo.
— O vice deveria ser mais bem escolhido, e Doria não escolheu bem — emendou o ex-prefeito sobre o governador, que assumiu o cargo após a renúncia de João Doria (PSDB).
Antes dos ataques, na primeira pergunta cada candidato ao governo paulista aproveitou para fazer a apresentação e tentar resumir, em poucas palavras, qual é a sua assinatura.
— Eu sou o Rodrigo, o novo governador de São Paulo — começou Garcia, ciente de que ainda há muita gente que não conhece seu nome. Tarcísio acenou ao eleitorado evangélico "quero agradecer a Deus pela minha vida, agradecer a Deus pela minha família".
Vinicius Poit (Novo) se colocou como um "empreendedor, formado em administração na FGV", destacando seu currículo, e Elvis Cezar (PDT) tentou chamar atenção para sua vida política, afirmando que já foi considerado o "melhor prefeito do país". Haddad não se apresentou, mas na sua fala inicial afirmou que pretende "transformar São Paulo para melhor com segurança".