O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse que a abstenção dos eleitores no segundo turno das eleições municipais foi maior que o desejável pela Justiça Eleitoral. Durante a apresentação do balanço das eleições, na noite de domingo (29), Barroso afirmou que a pandemia fez com que parte do eleitorado deixasse de comparecer às urnas por medo de contaminação pelo coronavírus.
Com 100% das seções apuradas, a abstenção dos eleitores foi de 29,5%, equivalente a 11,1 milhões de pessoas. Nas eleições de 2018, 2016 e 2014, o índice de eleitores faltosos ficou em torno de 21%.
Na avaliação do presidente, embora a abstenção tenha sido maior do que o desejado, a realização das eleições em meio à pandemia, com a participação de 70,5% dos eleitores, merece ser celebrada.
— É um número maior do que nós desejaríamos, mas é preciso ter em conta que nós realizamos eleições em meio a uma pandemia, que já consumiu 170 mil vidas, e que muitas pessoas, com o compreensível temor de comparecem às urnas, deixaram de votar. Muitas por estarem com a doença, muitos por estarem com sintomas e muitas por estarem com medo — afirmou.
De acordo com o balanço final das eleições, houve 3,89% (1 milhão) de votos brancos e 8,81% (2,3 milhões) de votos nulos.
Ataque hacker
Durante a coletiva de imprensa, o presidente do TSE também afirmou que não foram registrados ataques bem sucedidos de hackers aos sistemas no segundo turno. Barroso também elogiou o trabalho da Polícia Federal (PF), que prendeu no sábado (28) um suspeito de envolvimento no ataque durante o primeiro turno.
— Há os que fazem esses ataques para procurar atacar a democracia e o sistema eleitoral, e procurarem tornar as instituições vulneráveis. Todos eles são criminosos, merecem o repúdio das pessoas de bem e merecem a ação da Justiça — disse.