No quarto bloco do debate da RBS TV realizado nesta quinta-feira (26), os candidatos ao governo do Estado Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) debateram temas previamente sorteados pelo mediador, o apresentador Elói Zorzetto. Os concorrentes ao Piratini tiveram 30s para fazer seus questionamentos e 1min30s para responder.
O primeiro tema foi déficit orçamentário e impostos, e, pela ordem estabelecida, quem começou perguntando foi Sartori, que questionou Leite sobre como pretende cortar despesas após destacar que, em quatro anos, seu governo reduziu o déficit do Estado de R$ 25,5 bilhões para R$ 8 bilhões.
Após Sartori falar repetidas vezes durante o debate que as propostas de Leite nada mais são do que aquilo que o governo do MDB já está fazendo, o candidato pelo PSDB destacou que a grande diferença entre os projetos é que Sartori "olha apenas para a redução e não para o incremento":
— Desenvolvimento econômico é fundamental inclusive como estratégia de crescimento da receita. Aliás, colocar o salário dos professores em dia é também uma estratégia para crescimento econômico.
Ao entrar no tema dos pagamentos ao funcionalismo público, Sartori e Leite entraram em um embate que perdurou quase até o final do bloco. Com a segunda e terceira perguntas relacionadas ao tema, sendo a segunda referente à qualidade no ensino e evasão escolar, e a terceira sobre funcionalismo, as diferenças nas estratégias ficaram mais evidentes.
Sartori destacou que seu governo promoveu avanços na educação continuada, permitindo, junto a universidades comunitárias, a qualificação dos professores e destacou em mais de uma ocasião a criação das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves). Sobre o pagamento aos professores, o atual governador voltou a dizer que "não tem como chegar a uma solução mágica", que Leite estaria "usando o drama dos professores para fazer essa conturbada demagogia eleitoreira" e que o projeto de Leite é o que o atual governo está realizando.
Em resposta, o candidato pelo PSDB voltou a afirmar que a prioridade de seu governo é colocar os salários em dia e que irá fazer isso já no primeiro ano de administração. Disse ainda que, para equilibrar as contar, irá partir para outras frentes, como enfrentar a sonegação e rever benefícios fiscais.
Na última pergunta, em que o tema foi saúde, Leite questionou Sartori sobre suas propostas na área, e o atual governador destacou algumas medidas que já estão sendo implementadas, como a descentralização da saúde e a diminuição de filas especializadas. Sartori devolveu o questionamento trazendo à tona a polêmica sobre a suspeita de exames de câncer por amostragem em Pelotas, exigindo respostas de Leite. O candidato pelo PSDB se limitou a dizer que este tema já foi amplamente debatido e que foi aberto um processo judicial para ver se efetivamente houve fraude.
Ao término do debate, cada candidato teve dois minutos para suas considerações finais. O atual governador se disse otimista com o Rio Grande do Sul, agradeceu pelos primeiros quatro anos de governo, destacou que em sua gestão nunca teve medo de fazer mudanças e que pretende seguir com o seu plano: aderir ao regime de recuperação fiscal. Leite afirmou que tem muito desejo de ser governador porque acredita que o Estado precisa entrar em um novo ritmo de mudanças e que já vivenciou, como prefeito de Pelotas, a capacidade que a política tem de transformar a vida das pessoas.