O New York Times noticiou a eleição do candidato Jair Bolsonaro do PSL como "uma das mudanças políticas mais radicais do Brasil nos últimos 30 anos". O jornal norte-americano taxou o presidente como representante da extrema-direita e populista e lembrou que Bolsonaro ficou famoso por "exaltar a ditadura militar brasileira, defender a tortura e ameaçar de destruir, prender ou exilar os oponentes políticos". O NYT também contextualizou que, "após escolher a esquerda por quatro eleições sucessivas, brasileiros optam por uma mudança radical no maior país da América Latina".
A CNN seguiu o mesmo tom do jornal nova-iorquino com o título "candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro vence as eleições presidenciais no Brasil". A emissora destacou que "uma recessão profunda, o crescimento da insegurança e um escândalo de corrupção que feriu as instituições políticas e financeiras do país foi considerado pelos eleitores na hora do voto". A reportagem ainda falou sobre a campanha política violenta — relembrando a facada sofrida pelo presidente eleito —; sua "retórica feia", aproximando-o de Donald Trump, nos EUA, e Rodrigo Duterte, nas Filipinas; o escândalo das denúncias de fake news e a queda do Partido dos Trabalhadores e do lulismo.
O The Guardian, do Reino Unido, colocou a corrida presidencial brasileira na capa do jornal de segunda-feira (29) com o título "Bolsonaro à beira do poder segundo o voto do Brasil". A matéria foi feita antes do resultado oficial, mas já antecipava o candidato "de extrema-direita, pró-armas, pró-tortura e populista" como provável próximo presidente do Brasil.
O jornal italiano Corriere Della Sera deu destaque na capa do site com o título "Brasil, Jair Bolsonaro presidente com 55% dos votos: a origem italiana, a mulher, o social e o cuspe recebido na Câmara: oito coisas para saber sobre ele". O site fala sobre sua origem italiana, a "péssima carreira militar", "a carreira política", "a mulher", "a segunda mulher e os filhos", "o social" (dando ênfase para a utilização das redes sociais, em especial ao WhatsApp, como plataforma campanha), "o cuspe" (sobre o episódio com Jean Wyllys) e "o patrimônio".
O El País também deu destaque ao resultado na capa do site com o título "Ultradireitista Bolsonaro ganha eleições e será o próximo presidente do Brasil". O jornal espanhol segue a mesma tendência dos anteriores, chamando Bolsonaro de nostálgico da ditadura e dando ênfase para a campanha eleitoral polarizada, marcada por tensões, desinformações via redes sociais e, "sobretudo, pelas atitudes antidemocráticas de Bolsonaro".
O Le Monde fez uma live para noticiar as eleições brasileiras com o título "Eleição no Brasil: presidente eleito Jair Bolsonaro promete 'mudar o destino' do país". Nos fatos, o jornal explica "Jair Bolsonaro, reserva militar, às vezes rude, às vezes racista e homofóbico, incorpora o candidato 'anti-sistema'. Ele é apelidado de 'Trump dos Trópicos'. Seu ataque à rua, em 6 de setembro, foi um ponto de virada na campanha".
O jornal alemão Spiegel também colocou a notícia na capa com o título "o populista de direita Bolsonaro se torna o próximo Presidente do Brasil". Na matéria, o Spiegel ressaltou que "a vitória eleitoral do político pode resultar em uma mudança radical de política no Brasil. Entre outras coisas, o ex-militar quer facilitar o acesso a armas, ocupar importantes ministérios com pessoal militar e possivelmente sair do Acordo de Mudança Climática de Paris".