Uma das conversas investigadas na Operação Rádio Patrulha, que teve como alvo o candidato ao Senado e ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), foi utilizada pela Justiça Federal para embasar a decisão pela prisão do tucano. O juiz Fernando Fischer argumenta que um diálogo do político com o ex-deputado Tony Garcia – doleiro e um dos delatores das supostas fraudes que levaram Richa à prisão, na última terça-feira (11) – evidenciaria recebimento de propina. As informações são do jornal O Globo.
No diálogo com Garcia, Richa teria confirmado o recebimento de uma parcela de dinheiro pago pelo empresário Celso Frare, que também teve a prisão decretada na mesma operação. O ex-governador se refere ao valor como "tico-tico":
— Ele não acertou o negócio aí? — pergunta Garcia.
— Ah, ele agradeceu, já entrou um tico-tico lá que tava faltando, atrasado. Obrigado — responde o ex-governador.
— Isso — completa o ex-deputado.
A prisão de Richa está relacionada a investigações sobre o Programa Patrulha do Campo, para manutenção de estradas rurais, entre 2012 e 2014. Segundo o inquérito, há indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.
Além de Beto Richa, a mulher dele, Fernanda Richa, e o ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo foram presos na terça-feira.