A senadora Marta Suplicy anunciou, em uma "Carta aos Paulistas" divulgada na tarde desta sexta-feira (3), que não será candidata a vice-Presidência nem disputará a reeleição ao Senado porque vai se desfiliar do MDB. Cotada no início da semana para compor a chapa de Henrique Meirelles (MDB) na candidatura à Presidência da República, a senadora argumentou que o sistema político "faliu" e precisa "urgentemente ser reformado".
"Não é novidade que os partidos políticos encontram-se fragilizados, acuados e sem norte político. Não conseguem mais dar respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles e tampouco estão empenhados na mudança de posturas que os levaram à mais grave crise de suas histórias. Orientam suas movimentações políticas pela lógica exclusiva de fazerem crescer suas bancadas parlamentares com o objeto perverso e mesquinho de fortalecerem-se na divisão e loteamento de cargos e espaços de poder", escreveu a senadora.
Na carta, Marta também afirma que irá participar ativamente da vida política na sociedade civil, defendendo, nas suas palavras, a militância pelos direitos de cidadania das mulheres e da população LGBT+.
Em abril de 2015, Marta Suplicy deixou o PT, após 33 anos de militância. Na ocasião, a senadora argumentou que “o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional.”
Em setembro daquele ano, Marta se filiou ao MDB (então PMDB) em um evento com o então vice-presidente Michel Temer. Em seu discurso de filiação, Marta afirmou que Temer poderia contar com ela para "reunificar o Brasil" e lutar por um país "livre da corrupção".