A possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorrer ao Planalto em 2018 enquanto seu processo tramita na Justiça é considerada remota para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta quarta-feira (13), a ministra afirmou, sem citar Lula, que confia na rapidez da Justiça Eleitoral brasileira:
– O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, tem insistido que, como sempre, todas as questões que sejam ali levadas serão julgadas a tempo. E eu acredito que a palavra de um presidente do TSE será devidamente cumprida e que o brasileiro terá a definição, seja qual for, sobre cada um dos candidatos que virá a concorrer neste ano.
O petista, que está preso há mais de dois meses por corrupção e lavagem de dinheiro, se tornou pré-candidato oficial do PT para a disputa presidencial na última semana. O partido deve insistir com a candidatura dele por acreditar que o o processo no TSE pode se alongar para um período posterior às eleições.
Ouça a entrevista na íntegra:
Questionada sobre a tensão gerada pela greve dos caminhoneiros,Cármen Lúcia destacou que o país vive um momento grave, de grandes dificuldades econômicas e uma forte divisão social, mas que a tendência é que o período das eleições leve a uma "paz social".
Cármen Lúcia falou ainda sobre a discussão relacionada à prisão a partir da segunda instância. De acordo com a ministra, a matéria pode ser levada novamente ao plenário a qualquer momento:
– O direito é vivo e dinâmico. Essas mudanças são comuns nesta e em outras matérias em vários países. Sempre há possibilidade de reinterpretação. Esta matéria já foi levada a plenário em 2009. Até esta data o Supremo entendia como possível o início de execução de pena após o julgamento em segunda instância. Em 2016, em três casos, mudou-se a orientação. Sempre foi por maioria, nunca por unanimidade – concluiu a ministra.