A direção executiva nacional do PT aprovou no sábado (9) resolução que aponta para uma tentativa de isolar o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, e garantir o apoio de PSB e PC do B a uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento afirma que "uma aliança garantiria o posto de vice na chapa petista para um nome indicado".
A resolução é uma reação à aproximação dessas duas legendas ao candidato pedetista. A força de atração de Ciro está em um desempenho considerado bom nas últimas pesquisas e, principalmente, na convicção, compartilhada por muitos dirigentes do PSB e PC do B, de que Lula não conseguirá oficializar sua candidatura.
Os três principais pontos do documento tratam justamente da aliança entre PT e os dois partidos. O texto coloca como objetivo "construir uma coligação nacional para apoiar a candidatura Lula com PSB, PCdoB e outros partidos que venham a assumir este apoio" e destaca que "essa construção passa pela indicação do candidato a vice-presidente em entendimento com os partidos aliados".
A executiva também escreve que a legenda "deve construir palanques estaduais com partidos de centro-esquerda, preferencialmente com PSB, PCdoB e outros partidos que apoiem Lula".
Na terça-feira passada (5), o PT fez um movimento parecido - visando ao isolamento da candidatura Ciro Gomes. Na ocasião, a executiva nacional petista decidiu prorrogar a definição das candidaturas estaduais e nacional do partido. O objetivo foi ganhar tempo para negociar uma aliança nacional com possíveis aliados, especialmente o PSB e PCdoB, e evitar que estas siglas reforçassem a pré-candidatura do PDT.
PT e PSB negociam apoios mútuos em 11 Estados (PE, MG, BA, CE, AP, AM, PB, AC, PI, ES e RO). As chaves para o entendimento são Pernambuco, onde o PSB quer apoio para a reeleição de Paulo Câmara, e Minas - o PT quer o PSB junto com Fernando Pimentel.