O novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, defendeu, nesta quinta-feira (16), o envolvimento da instituição nas discussões no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os riscos da disseminação de "fake news" na campanha de 2018.
O TSE prepara uma força-tarefa para combater as notícias falsas nas disputas do próximo ano, e integrantes do tribunal já se reuniram com representantes do Google e do Facebook para tratar do tema.
Em meio à ofensiva da Corte Eleitoral, entidades da sociedade civil reagiram à inclusão do Exército, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da PF nas discussões, temendo que haja margem para excessos e ameaça à liberdade de expressão.
— Eu acho que, dentro de uma sociedade democrática onde a Polícia Federal faz o seu papel investigativo, ela não pode ser alijada de qualquer possibilidade de crime que aconteça dentro da sociedade. Eu acredito que a crítica de entidades é uma opinião — disse o diretor-geral da PF. — A Polícia Federal é uma polícia judiciária, então qualquer notícia de crime que esteja acontecendo no país vai ser apurada — completou.
Segovia participou de solenidade no TSE em que foi assinado um acordo de cooperação técnica entre a Corte Eleitoral e a Polícia Federal para o compartilhamento de bancos de dados de impressões digitais.
Acordo
Sobre o compartilhamento do banco de dados do TSE e da PF, Segovia disse que a parceria vai melhorar a vida do cidadão brasileiro, com a possibilidade de redução de 60% do tempo de espera no atendimento daqueles que forem emitir um passaporte e já tiverem o dado biométrico cadastrado na Corte Eleitoral.
— Com isso, a gente espera que o cidadão não precise mais ficar fazendo coleta de impressões digitais, biometrias. Isso vai reduzir bastante o tempo de atendimento e, consequentemente, o cidadão vai melhorar o recebimento do documento dele — comentou o novo diretor-geral da PF.
De acordo com o TSE, cerca de 68 milhões de eleitores brasileiros já tiveram os seus dados biométricos registrados até agora. A expectativa é de que a coleta de dados seja concluída em 2022.
— A polícia nos tem ajudado, como também nos tem ajudado na questão de prestação de contas e de identificação dos desvios, práticas que determinadas pessoas costumam desenvolver. Em suma, temos tido parceria bastante intensa e isso vai continuar — disse o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes.