Daniel Guerra (PRB) não viveu os momentos de ansiedade da apuração no domingo em Caxias do Sul. Entre 17h e 18h, acompanhou a missa na Igreja São Pelegrino. Quando saiu de dentro do templo, já era aclamado prefeito eleito pelos amigos e apoiadores que o esperavam do lado de fora.
Extasiado com o resultado, saiu de São Pelegrino até a prefeitura correndo, literalmente. De mãos dadas com a esposa Andrea Marchetto Guerra e acompanhado dos irmãos, entre eles Chico Guerra, vereador eleito para a próxima legislatura, e do vice Ricardo Fabris, o novo prefeito seguiu em direção ao Centro Administrativo. Atrás, centenas de pessoas, entre amigos, familiares e eleitores.
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Nas escadas de acesso à prefeitura, já sem voz, Guerra discursou para apoiadores que lotavam a praça. Pediu apoio para governar e respeito aos adversários:
– Peço que nós possamos compreender que aqueles outros que defenderam outro projeto que sejam respeitados, que sejam compreendidos. Nós precisamos compreender que esse momento exige que tenhamos a união de todos, todos são importantes e todos por Caxias do Sul.
Para a imprensa, disse não acreditar que a oposição, ampla maioria na Câmara a partir de 2017, prejudique seu mandato. Guerra aposta que os vereadores saberão entender a necessidade de aprovar projetos importantes para a cidade:
– A população dá um recado claro que essas questões de oposição e situação são da velha política. O Legislativo se renovará, e os novos vereadores, eu acredito que com as respostas que vieram das urnas, terão a responsabilidade de olhar somente Caxias do Sul. Não acredito que nenhum dos vereadores irá cometer qualquer ato de irresponsabilidade que venha a obstaculizar este projeto de cidade que foi eleito e consagrado nas urnas.
Pé quente
Guerra disse ainda que planeja uma transição tranquila e adiantou que irá procurar o prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) para que a UPA da Zona Norte seja aberta ainda neste ano.
– Pedirei ao atual prefeito que tome já algumas medidas administrativas, como faremos em janeiro: corte de CCs e enxugamento da máquina. A situação exige cortes agora, já. A população dá um recado claro, que essas questões de oposição e situação são práticas da velha politica – complementou.
O secretariado, conforme Guerra, será anunciado às vésperas da posse. Como já disse durante a campanha, serão técnicos qualificados para a função. Em sua primeira disputa a um cargo público, Ricardo Fabris de Abreu foi eleito. O vice, que já foi filiado ao PDT, parecia não acreditar no resultado, na saída da Igreja São Pelegrino. A partir de janeiro, ele também estará na prefeitura, ao lado de Guerra.
– É surreal. Se candidatar pela primeira vez, combater 21 partidos, fazer uma campanha com poucos recursos, ouvir ofensas e vencer com essa margem. Caxias do Sul sabe o que quer: quer mudança, quer orçamento bem usado –disse.