Manter-se uma entidade referência para os profissional da área tecnológica, em benefício da sociedade: é essa a visão de futuro do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (SENGE-RS). O direcionamento faz parte do Planejamento Estratégico da entidade, que traduz, coletivamente, as diretrizes para uma atuação organizada em prol dos profissionais representados pelo sindicato.
A partir de um leque extenso de serviços, o SENGE-RS trabalha para oferecer condições de qualificação profissional e qualidade de vida aos engenheiros, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Em outras palavras, é uma instituição referência para a Engenharia gaúcha.
Essa atuação diária, que beneficia aproximadamente 17 mil sócios, é fruto de uma trajetória de quase oito décadas. Começou a ser pavimentada em 14 de setembro de 1940, com a fundação da Associação dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Fizeram parte deste primeiro grupo seis engenheiros, cujo presidente foi José Maria de Carvalho. Estava formada a primeira diretoria — que, dois anos mais tarde, fundaria o SENGE-RS.
Nestes 78 anos seguintes, vieram trunfos históricos, como a conquista do salário mínimo profissional, o primeiro dissídio coletivo e mobilizações coletivas que marcaram não apenas a categoria, mas a sociedade gaúcha. E, a cada aniversário, uma certeza reafirmada: o legado é de grandes realizações.
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As pautas de um sindicato da amplitude do SENGE-RS, envolvem não apenas questões regionais, mas todos os reflexos do que é decidido em prol da categoria no Brasil. Um exemplo é a Reforma Trabalhista, de 2017, que trouxe flexibilização do trabalho e o fim da obrigatoriedade da Contribuição Sindical a tiracolo — decisões que causaram impacto na categoria. Com isso, muitos sindicatos pelo país foram enfraquecidos: em novembro daquele ano, 30% dos sindicatos no país já haviam sido extintos. O índice cresceu de lá para cá, mas o SENGE-RS é um dos raros exemplos que foram na contramão dessa tendência. Segundo a diretoria, o planejamento e a visão a longo prazo foram determinantes.
— A perda de receita foi significativa, e a gente contrapôs esse fato com a participação do sindicato no processo negocial. Junto a isso, com foco na receita, ampliamos os nossos benefícios e produtos, o que manteve os associados junto à instituição. Precisávamos demonstrar a seriedade do nosso trabalho — lembra o diretor Vice-Presidente Tadeu Ubirajara Rodriguez.
Os engenheiros do setor privado têm demandas diferentes daqueles do setor público. O sindicato costuma atuar pela valorização dos profissionais que enfrentam condições precárias de trabalho em algumas prefeituras do interior do estado, por exemplo. Já no setor privado, o mais comum é o não cumprimento, em alguns casos, da remuneração de 8,5 salários mínimos nacionais estabelecido pela Lei Federal 4.950-A/66 — cenário em que o sindicato entra em ação primeiro pelo diálogo com a empresa e, se necessário, por via judicial.
— O sindicato sempre está disposto a construir soluções através de normativas coletivas. Isso significa que, para avançarmos nos acordos e nas convenções, consideramos até mesmo algumas flexibilizações que favoreçam a criação de empregos, principalmente para os recém- -formados — argumenta o diretor de Negociações Coletivas, Diego Mizette Oliz.
Mais oportunidades para os jovens engenheiros
A fase de transição dos novos profissionais, no período entre a universidade e o mercado de trabalho, recebe uma atenção especial do sindicato (há um termo específico interno para quem está nessa fase: “jovem engenheiro”). Isso porque algumas empresas, que costumam pagar uma bolsa-auxílio de pouco mais de R$ 1 mil aos estagiários, oferecem resistência ao ter que elevar o patamar financeiro de um recém-formado ao salário mínimo profissional da categoria: quase R$ 9 mil, atualmente. A mesma lógica da transição vale para os técnicos de nível médio ao se formarem em Engenharia,muitas vezes com incentivo de capacitação para fazerem a graduação.
— A base disso tudo é o negociado sobre legislado. A gente entende que o momento da economia é delicado, de recessão econômica, então temos feitos negociações coletivas para chegar a um ponto de equilíbrio e de transição para esses jovens engenheiros — explica o diretor de Negociações Coletivas Adjunto, João Leal Vivian.
Mais oportunidades no mercado de trabalho
A recuperação da economia brasileira depende da Engenharia, acredita José Azambuja. Para o diretor vice-presidente, a profissão é a grande força motora do país — seja na produção de alimentos ou na construção civil, passando pelas demandas de infraestrutura. O que, de certa forma, garante um mercado de trabalho aquecido para os profissionais da categoria quando o isolamento social passar.
— Uma questão importante é saber que a crise vai passar, e também ter em mente o que vem depois. A nossa dica é que os profissionais busquem qualificação e estejam sintonizados com as exigências do mercado. Os engenheiros, em geral, são figuras estratégicas para os seus setores e devem estar preparados — analisa Azambuja.
Além da atuação estadual, o SENGE-RS tem uma ligação estreita com a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), em que mantém dois cargos na diretoria. O órgão nacional, inclusive, foi fundado no Rio Grande do Sul, em 1964, em uma das demonstrações históricas da força da Engenharia gaúcha.
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