Desde sábado (31), o Pioneiro publica os perfis dos candidatos a vice-prefeito de Caxias do Sul. Confira o sexto:
Elói Frizzo (PSB), 65 anos, é o mais polêmico participante da disputa eleitoral. Atual vice-prefeito, conduzido ao cargo por meio de uma eleição indireta após o impeachment do então prefeito Daniel Guerra (Republicanos), ele concorre ao mesmo cargo. Edio Elói Frizzo, seu nome completo, é natural de Canela, veio para Caxias com seis anos. É advogado, professor de História aposentado da rede municipal. Tem um filho, Jader, 31 anos.
O candidato é filho de Tranquilo Frizzo (pedreiro) e de Vergilia Dall'Agnoll (costureira). Começou a trabalhar com 10 anos empalhando garrafões. Aos 15, trabalhava na Madeireira Germano Pizzani e depois na Metalúrgica Bellini por meio do setor Menor Ativo, da Comai (Comissão Municipal do Amparo à Infância).
Frizzo integra a chapa que tem Carlos Búrigo (MDB) para prefeito. Ele teve seis mandatos de vereador (cinco como titular e um como suplente).
O candidato entrou na Faculdade de Economia na UCS em 1977, transferindo-se depois para o Direito. Foi presidente do Diretório Acadêmico e vice da União Estadual de Estudantes. Ele começou a vida pública no grupo de jovens da Igreja Coração de Jesus, do bairro Cruzeiro, e no setor jovem do antigo MDB. Em 1974, participou da primeira campanha de Nadyr Rossetti e de Júlio Costamilan, respectivamente, para deputados federal e estadual. Em 1976, apoiou José Ivo Sartori para vereador.
Seus mandatos começaram no MDB, época do bipartidarismo. Em 1982, Frizzo foi o terceiro vereador mais votado pela sigla. Foi para o PCdoB, em 1985, com a legalização do partido, sendo o vereador mais votado de 1988. Em 1992, concorreu a prefeito pelo PCdoB.
_ Era um momento de afirmação dos partidos. O PCdoB precisava de um rosto próprio. (Após a eleição) Fiquei 12 anos fora da Câmara, trabalhando como advogado e professor.
Passou ainda pelo PDT, PT e PPS e, por fim, ingressou em 2007 no PSB. Frizzo sabe bem das críticas que recebe.
_ Pergunto qual o político com anos de atuação que não tenha algum resíduo de rejeição? Acho que todos têm e alguns, inclusive, mais que eu. Acredito que seja uma rejeição pontual, principalmente em razão da ação na Câmara, de modo específico ao episódio de cassação do ex-prefeito (Daniel Guerra). Mas a representatividade que detenho construí nesses anos todos no setor público, com retidão de caráter, honestidade e competência nos cargos que ocupei.
Diz que paga o preço por ter posição, por isso torna-se uma figura polêmica.
_ Nunca me escondi na Câmara, sempre me manifestei. Isso é da democracia.
Atuação e futuro político
Frizzo diz que o seu forte sempre foi o Parlamento.
_ Meu partido, de fato, sempre foi o movimento comunitário. Ideologicamente, me sinto muito bem no PSB, de espectro de centro-esquerda.
Se eleito, destaca que não será um vice decorativo e que terá uma relação forte com o bairros. Frizzo diz que, depois desta eleição, não gostaria mais de concorrer. Aliás, já havia dito isso após assumir como vice.
_ Atendi ao chamamento ao partido para compor a chapa com o MDB, de modo especial do governador Sartori, que convidou o PSB para participar _ justifica.
O candidato afirma que não deixou nenhuma mancha para trás.
_ Sou um candidato ficha limpa, dei grandes contribuições para a cidade.
Porém, houve o famoso Caso dos 99%, ocorrido na legislatura de 1989/1992. Frizzo foi um dos condenados pela incorporação do reajuste de 99% no salário de vereador. Ele diz que foi desgastante, aguardou a decisão transitar em julgado e pagou a dívida em 2016.
_ Foi salgado, R$ 250 mil.