Caxias do Sul passa pelo momento mais crítico em relação à pandemia, mas o vice-prefeito da cidade, Édio Elói Frizzo (PSB), acredita que a situação está começando a se estabilizar. Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra na manhã desta terça-feira (4), Frizzo afirmou que a projeção, em março, sobre ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) era de 350 a 400 internações para esta época do ano, já que as doenças de inverno somam-se ao problema de coronavírus nos atendimentos hospitalares. Nesta terça, 129 pessoas são monitoradas em UTIs da cidade, segundo o Painel Covid da prefeitura.
— Veja que estamos chegando em agosto e tivemos até agora não mais de 100 internações em UTI. O pior dia que passamos foi 17 de julho, quando tivemos, através das testagens, o maior número de infectados. Foram em torno de 80 casos positivos. A fase crítica é 14 dias após o dia 17. Então quero crer que, passando o forte do inverno, ainda em agosto, iremos estabilizar a propagação. Espero que assim seja sem nenhuma outra onda (de contaminação) — disse.
Em março, a prefeitura estimava 51 mil infectados para agosto; o último dado aponta 3.144 casos em Caxias.
Frizzo também foi questionado sobre os atos judiciais do fim de semana envolvendo a publicação de um decreto próprio em Caxias na última sexta-feira (31). A Justiça derrubou a validade do documento e fez com que o município voltasse a cumprir a bandeira vermelha vigente, no entanto, na segunda-feira o Piratini anunciou a volta da classificação laranja dentro do Distanciamento Controlado.
— Durante três semanas cumprimos rigorosamente os critérios (da bandeira vermelha do governo estadual), em que pese já termos dito que eram injustos. Não tem como nós, no gabinete de crise, justificar que um grande supermercado que vende de pneu a tecidos esteja aberto e deixarmos fechado um pequeno comércio, que tem a família atendendo 10 pessoas por dia — cita.
Para Frizzo, a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) deve seguir com o processo que pede a implantação de uma bandeira intermediária para municípios da Serra.
— A ação judicial deve prosseguir na Amesne. Tenho convicção de que o governador passou a entender que para as bandeiras funcionarem tem que ter diálogo, não pode ser uma imposição. Não estamos fugindo da nossa responsabilidade — afirma.
Para Frizzo, a expectativa desta terça-feira é sobre o resultado de uma reunião entre a Amesne e Eduardo Leite, que ocorre durante a manhã de forma virtual.
Fiscalização – Questionado sobre o formato de fiscalização da prefeitura aos estabelecimentos, Frizzo entende que o cumprimento das regras é uma questão de consciência.
— Não é só dever da prefeitura estar o dia inteiro com o fiscal bafando (sic) na nunca do comerciante, isso estabelece uma relação de conflito. As pessoas estão lutando pela sua sobrevivência e nos colocam situações em que setores estão, em tese, sendo privilegiados. Cabe ao governo do Estado fazer pequenas alterações — diz.
Na segunda-feira (3), a reportagem esteve nas ruas centrais de Caxias e constatou que, mesmo em bandeira vermelha, os estabelecimentos seguiam abertos e com atendimento ao cliente.
Escolas infantis – Conforme Frizzo, as escolas de educação infantil podem voltar a funcionar, mas com limitações e com protocolos aprovados pelas secretarias de Saúde e Educação do município. Quanto ao retorno das aulas em escolas municipais, não há previsão para retomada das atividades.