A Câmara de Vereadores de Farroupilha não conseguiu ouvir o depoimento de Claiton Gonçalves (PDT) pela segunda vez em menos de uma semana _ e terceira desde o início do processo. O prefeito era aguardado às 10h desta segunda-feira (20), quando aconteceria o depoimento dele em própria defesa a um dos processos que pode gerar seu impeachment. No depoimento desta segunda-feira, Claiton responderia sobre a abertura de crédito suplementar para a compra de quatro terrenos para a Secretaria da Saúde. A denúncia aponta que o valor aumentou de R$ 10 mil para R$ 890 mil. A compra também não teve autorização do poder Legislativo.
A manifestação do pedetista seria por videoconferência a partir de uma estrutura montada no Legislativo. No entanto, os vereadores da comissão processante foram comunicados de que o prefeito viajou para Brasília para cumprir agenda relacionada a obtenção de recursos para o combate da covid-19. Por e-mail à Câmara, o gabinete comunicou a ida de Claiton e da primeira-dama e deputada estadual, Francis Somensi (Republicanos).
— Pela terceira vez tivemos os trabalhos obstruídos pela defesa do prefeito alegando uma viagem na manhã de hoje (segunda), com retorno para a sexta-feira. Lamentamos profundamente mais essa tentativa de postergar os trabalhos, mas estamos atentos aos prazos e cumpriremos – diz o presidente da Comissão, Fabiano Piccoli (PSB).
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Caso a comissão não conclua os atos em 90 dias a partir da intimação, que ocorreu em 26 de fevereiro, o processo é anulado automaticamente. Na última quinta-feira (16), o advogado de Claiton, Antônio Augusto Mayer dos Santos, apresentou atestado odontológico e a comissão também não conseguiu ouvir o depoimento. Em março, ele seria ouvido pela primeira vez, mas o prefeito se afastou do cargo por meio de licença-saúde e retornou no final do mês.
Ainda não há divulgação de nova data para a audiência. A reportagem entrou em contato com a assessoria da prefeitura de Farroupilha e aguarda um posicionamento de Claiton.
Contra Claiton, há, ainda, outra denúncia a cargo de uma segunda comissão processante. Trata-se do caso envolvendo denúncia protocolada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) .