A prefeitura de Farroupilha pretende levar à Câmara de Vereadores um pacote de auxílio ao Hospital São Carlos na próxima segunda-feira (17). No mesmo dia, deve ser votada a admissibilidade do processo de impeachment do prefeito Claiton Gonçalves (PDT). O pedido de cassação do mandato está embasado, inclusive, no fato de que o chefe do Executivo destinou recursos para a área da saúde sem o aval do Legislativo. O pacote para a instituição de saúde soma um montate de R$ 850 mil, conforme a prefeitura.
Desse total, R$ 150 mil são referentes a despesas para uma reforma da UCI Neonatal. As obras na área que receberia o serviço voltado a recém-nascidos chegaram a ser inauguradas em 2016, mas os atendimentos nunca começaram — a superintendência do hospital diz não ter interesse em colocar a unidade em operação diante do alto custo e da avaliação de que há baixa demanda no município.
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Os outros R$ 700 mil serão destinados ao pagamento de uma dívida com a RGE. Conforme a superintendente do hospital, Janete Toigo, a dívida com a concessionária de energia é maior. Segundo ela, além do valor que pode ser pago pelo município, o acordo com a RGE incluirá outras 60 parcelas de R$ 12 mil.
— É uma dívida com a RGE da época da intervenção pública — comenta Janete, em referência a um período de cerca de um ano em que a prefeitura assumiu a gestão do hospital, entre 2014 e 2015.
Uma negociação está em andamento para que a RGE instale placas fotovoltaicas no hospital, o que geraria economia na conta de energia. Conforme a superintendente do hospital, Janete Toigo, o valor que será reduzido ainda está em análise. No entanto, o chefe de Gabinete, Vandré Fardin, estima a economia de R$ 12 mil por mês, o que faria com que, apesar do parcelamento da conta em atraso, o custo com energia elétrica não aumentasse para a instituição de saúde.
Pedido de impeachment
O empresário Glacir Gomes protocolou na quarta-feira (12) o segundo pedido de impeachment do prefeito. O argumento é que o chefe do Executivo cometeu ato de improbidade administrativa ao autorizar por decreto uma suplementação orçamentária para a compra de terrenos para a Secretaria da Saúde. O valor aumentou de R$ 10 mil para R$ 890 mil. No entendimento de Gomes, Claiton feriu a Lei Orgânica do município ao comprar imóvel sem autorização do Legislativo.
Sobre o fato de que o pacote de auxílio ao hospital será protocolado no mesmo dia em que a admissibilidade do processo será votada pelos vereadores, o chefe de Gabinete, Vandré Fardin, afirma que se trata de uma coincidência.
— São trabalhos de longo prazo da administração municipal e deu apens uma coicidência de ser no mesmo momento. A administração municipal continua trabalhando normalmente — afirma.