A reportagem consultou lideranças que estão colocadas como nomes preferenciais ou importantes no cenário para a eleição municipal de 2020 sobre o impeachment. Foi escolhido um nome de cada um dos principais partidos. A questão colocada foi: "O impeachment do prefeito Daniel Guerra, neste momento, é bom ou ruim para a cidade?".
Até à noite desta quinta-feira (19), a reportagem não conseguiu contato com Edson Néspolo (PDT) e Carlos Búrigo (MDB).
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"É INAPROPRIADO"
"Eu não diria que é ruim para Caxias, porque o prefeito também é ruim para Caxias. Porém, não vi crimes de responsabilidade no relatório. Portanto, diria que o impeachment é inapropriado. É uma experiência ruim, traumática para Caxias passar por isso, um impeachment sem crime de responsabilidade." Vanius Corte (PCdoB)
"GESTOR RUIM SE TIRA NO VOTO"
"Acho o impeachment ruim para Caxias. Primeiro pelo precedente que abre. A partir de agora, teremos um prefeito sempre dependente de julgamento puramente político, sem base legal nenhuma, que é o que estão fazendo hoje. Estão "impeachmado" um prefeito sem qualquer base jurídica. Depois, está se abrindo precedentes para questões sobre gestão compartilhada, sobre como deve funcionar conselho municipal que, ainda que deliberativo, fica parecendo que ele se sobrepõe inclusive sobre a legislação federal. A questão do uso dos espaços públicos ficamos sem uma regra, uma norma, então, a partir de agora, se alguém não permitir o uso por qualquer motivo que seja vai ser "impeachmado"? Achei um absurdo, achei totalmente fora do objetivo que é o impeachment, que foi criado para tirar prefeito desonesto, que comete crime. Impeachment não foi feito para tirar prefeito ruim, prefeito ruim se tira no voto. Acho a gestão dele ruim, é incompetente, não dá nem para chamar de gestão porque não deixa ninguém feliz. Mas gestor ruim se tira no voto." - Marcelo Slaviero (Novo)
Marcelo Slaviero (Novo)
"OLHAR O RELATÓRIO"
"Estou fora de Caxias desde cedo. Pretendo ler amanhã (hoje) o relatório. Se tiver fundamentos jurídicos, o relatório é uma situação, se não tiver é outra. Mas eu preciso olhar o relatório." - Adiló Didomenico (PTB)
"NÃO IREI INFLUENCIAR"
"Desde o protocolo do último pedido de impeachment do prefeito de Caxias, eu tenho afirmado que não irei influenciar nenhum vereador ao voto. Cada qual sabe o que faz sendo responsável pelo seu mandato. Qualquer outra informação é vista como mentirosa e falsa." — Vinicius Ribeiro (DEM), no Twitter. Para a reportagem, disse que essa é sua manifestação oficial sobre o assunto
"NÃO SÃO SUFICIENTES"
"Minha posição não obedece qualquer lógica de estratégia político-eleitoral. Se baseia tão somente no meu senso de justiça, meus princípios éticos e morais e na avaliação do caso em si.
1 - É quase unanimidade que o Governo Guerra não vai bem, tem reprovação da grande maioria da comunidade e destoou completamente da tradição política local, de ter prefeitos minimamente aprovados pelos eleitores.
2 - Pedido de impeachment é resultado da sua própria fragmentação da base de apoio, uma vez que promovido pelo próprio vice-prefeito.
3 - A Câmara de Vereadores tem legitimidade para tratar do tema, e respeito a decisão que for tomada, com seus riscos e consequências que todos sabem dimensionar.
4 - Quanto às razões para o impeachment, não considero suficientes para o afastamento de um prefeito.
5 - Esse processo provoca um prejuízo para a imagem da cidade, embora já venhamos acumulando prejuízos nos últimos anos por incapacidade gerencial do atual governo." - Antonio Feldmann (Podemos)
"SEM BASE JURÍDICA"
"Não tem base jurídica para o impeachment. Isso vai virar moda. O prefeito que não tiver a maioria na Câmara de Vereadores será 'impeachmado'" - Pepe Vargas (PT), em comentário gravado na segunda-feira na sede do PT, durante evento do partido para discutir o programa de governo para 2020 e o processo de impedimento
NÃO JUSTIFICA PERDA DO MANDATO
"Na minha interpretação, não existe nenhum tipo de crime de responsabilidade fiscal ou de improbidade administrativa. Sendo assim, entendo que o prefeito não deva sofrer o impeachment, mesmo que eu discorde, em muitos pontos, da forma dele fazer gestão. (...) O prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra, erra quando não escuta e não dialoga com suas bases, com as entidades, com os servidores públicos, com os vereadores e com as demais lideranças políticas da cidade. Porém, entendo que isso não se constitui em crimes ou atos que justifiquem a perda de mandato." - Neri, O Carteiro (Solidariedade), em nota nas redes sociais postada na quarta-feira.
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