As duas últimas eleições apresentaram um novo cenário político no país. As vitórias do prefeito Daniel Guerra (PRB) e do presidente Jair Bolsonaro (PSL) representam essa conjuntura. Por outro lado, os últimos pleitos afastaram personagens históricos da política caxiense. Dois exemplos recentes são o ex-deputado federal Mauro Pereira (MDB) e o ex-deputado estadual Vinicius Ribeiro (PDT), dispensados pelos eleitores da Serra na eleição do ano passado.
Um dos integrantes da tropa de choque do Governo Michel Temer, Mauro sofreu o desgaste ao defender a reforma trabalhista, a reforma da Previdência e com a acusação do ex-presidente integrar um esquema de propina na edição do chamado decreto dos Portos. Na eleição de 2018, o emedebista obteve 23.623 votos. No pleito de 2014, conquistou 40.503 votos e ficou como segundo suplente.
Contra Vinicius não pesa nenhuma participação em escândalo. O único desgaste foi ter apoiado o Governo José Ivo Sartori (MDB), que atrasou os salários dos servidores estaduais. O pedetista que brigou para ser candidato único pelo partido à Assembleia em Caxias não teve êxito na sua estratégia. No ano passado, fez 24.169 votos contra os 29.565 da eleição de 2014.
Sem mandato, Mauro trabalha nos bastidores da política em Brasília usando sua influência de ex-deputado para agendar reuniões com ministros, integrantes do Governo Bolsonaro e deputados federais. Para sair do ostracismo, Mauro procura uma vaga de CC em Brasília.
Já Vinicius vive um momento de impasse em sua vida política. O apoio “crítico” do então candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), ao candidato do PT, Fernando Haddad, trouxe desconforto ao ex-deputado. No início do ano, anunciou seu pedido de licença da presidência do partido em Caxias, após o diretório estadual “esquecer” de convocá-lo para assumir o cargo de deputado na vaga de Regina Becker Fortunati (PTB), que fora chamada para o secretariado do governador Eduardo Leite (PSDB). Vinicius participaria de uma sessão extra na Assembleia. A situação piorou quando o PDT chamou Regina de volta à Assembleia e retirou novamente a oportunidade de Vinicius, durante o recesso parlamentar.
Com o embaraço no PDT, a tendência é de que Vinicius construa novo caminho até um mandato eletivo. A última vez que venceu uma disputa foi para vereador em 2012, quando foi o terceiro mais votado com 5.306 votos. Fora da cena política, Vinicius está em viagem internacional nos últimos dias.